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Antigamente quando os nossos clubes tinham como principal objetivo somente a conquista do título paranaense, o campeonato local era levado a sério e gerava expectativa.

Aos poucos os clubes começaram a ganhar oportunidades no cenário nacional e as conquistas brasileiras de Coritiba e Atlético, mais as participações em torneios internacionais, aumentaram o grau de exigência do torcedor.

Desta forma, o torcedor sempre sonha com a possibilidade de um dos nossos representantes voltar a ganhar títulos importantes. Não que o estadual tenha deixado de ser importante, mesmo porque é o que está ao alcance de todos. Porém, os próprios dirigentes, de forma equivocada, tratam de diminuir a importância do Campeonato Paranaense.

Acontece que a Copa do Brasil, considerada "o caminho mais curto para a Libertadores", tem sido muito mal aproveitada por todos.

Invariavelmente os nossos times caem na primeira ou, no máximo, na segunda rodada, revelando falta de envergadura técnica por terem desprezado o Campeonato Paranaense, que deveria ser usado como base para o entrosamento das equipes.

Assistimos, novamente, ao mesmo tipo de comportamento, até porque o início do Estadual continua conturbado por ações na justiça esportiva.

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EFABULATIVO: Passeando em Buenos Aires nos anos 70, fui com João de Pasquale assistir a um Boca Juniors e Vélez Sarsfield, que terminou empatado em 4 a 4.

No dia seguinte fomos a uma loja de moda masculina na Rua Florida e logo percebemos que os atendentes eram apaixonados por futebol, pois só falavam da rodada de domingo. Identificados como brasileiros, foram logo nos perguntando sobre os craques da época:

– Que patada possui Rivelino, hein? Fantástico o lateral Marinho! Por anda o borracho Garrincha? Pelé não joga mais pela seleção?

Alguns torciam para o Boca, outros para o River, mas a maioria era Independiente, inclusive o dono da loja, um ítalo-argentino engraçadíssimo que lembrava alguns personagens daquelas antigas comédias italianas de Monicelli ou De Sica.

Lembrei de mencionar o craque Lanzoninho, irmão de Neno, revelado pelo Coritiba e que brilhou em diversos clubes brasileiros e do exterior, inclusive o Independiente.

Quando ouviu falar de Lanzoninho, o dono da loja arregalou os olhos e, de forma teatral, declarou:

– El pelao – careca, em castelhano – Lanzone foi um tipo fenômeno. Meteu três gols na sua partida de estréia pelo Independiente contra o Racing, no clássico da Avellaneda. Foi uma atuação inesquecível!

Satisfeito em saber que João Lanzone Neto estava bem de saúde e continuava vivendo no eixo Curitiba–Matinhos, o argentino comentou com ironia:

– Que velocidade incrível de Lanzone, pelao daquele jeito. Imagine se tivesse cabelos...

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