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A seleção brasileira fica na­­turalmente supervalorizada após cada conquista e os campeões passam a valer o que pesam em ouro.

Esse fenômeno não deixa de ser curioso na medida em que as seleções igualmente campeãs de outros países são festejadas, mas nenhum consegue manter o fornecimento de bons jogadores para atender a demanda.

Basta verificar o que se passou com as seleções campeãs da In­­gla­­terra, Alemanha, Argentina, Fran­­ça, Itália e, agora, Espanha para che­­gar à mesma conclusão: só o futebol brasileiro possui matéria-prima em quantidade para abastecer o mercado internacional. Além, é óbvio, da nossa moeda fraca perante o euro ou o dólar.

O último exemplo foi emblemático, tanto que o time chegou à Copa de 2006 na condição de absoluto favorito, depois do sucesso obtido quatro anos antes na conquista do penta. E deu-se ao luxo de levar o famoso "quadrado má­­gico", com jogadores desejados por todos: Ronaldo, Kaká, Ronal­­di­­nho Gaúcho e Adriano. Tendo Ro­­binho como dama de companhia.

Foi um retumbante fracasso, deixando todos na berlinda até hoje, cada um de um jeito. Até parece que o quarteto foi amaldiçoado.

No momento, Kaká é o caso mais preocupante, pois ainda se espera que ele possa disputar a próxima Copa para ajudar o Brasil na conquista do sonhado hexa em pleno Maracanã.

Em recuperação desde a eliminação do time de Dunga na África do Sul, Kaká reapareceu jogando alguns minutos pelo Real Madrid e, logicamente, renovaram-se as esperanças dos torcedores.

Kaká não jogou bem nos dois Mundiais em que atuou como titular, enquanto os outros integrantes do "quadrado mágico" sequer foram convocados para o último. Ronaldo e Adriano tentaram jogar muito acima do peso ideal e fracassaram, enquanto Ronaldinho Gaúcho entrou na "dolce vita" dos milionários e perdeu completamente o condicionamento físico e técnico como atleta de alto nível. Porém, pela fama e prestígio, continua na vitrine, mais pelo que produz como marketing do que como jogador de competição.

Ronaldo conseguiu uma sobrevida no Corinthians, brilhando em 2009, principalmente nos momentos em que ficou menos pesado, mas afundou no ano do centenário do clube paulista. Como representa grande fonte de rendimentos, anunciou que tentará jogar mais esta temporada e, desse jeito, se Ronaldo não vai bem, o Corinthians não vai bem.

Adriano continua com seus problemas existenciais fora de campo, mas tem contado com a compreensão e o carinho da diretoria da Roma. E não é para menos, pois o avante custou uma baba e os romanos querem ver se diminuem o prejuízo.

Tecnicamente, entretanto, o Imperador continua muito distante daquele que ajudou o Flamengo a conquistar o inesperado título brasileiro.

Para alguns, a culpa é dos jogadores que enriqueceram demais e não se cuidam; para outros, tudo não passa de mau olhado dos rivais.

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