• Carregando...

O futebol brasileiro tem muitas virtudes – os torcedores conhecem todas –, revelamos alguns dos melhores jogadores de todos os tempos e somos pentacampeões mundiais. Mas o futebol brasileiro também possui muitos defeitos e é deles que precisamos cuidar.

Se no campo os técnicos, os médicos, os preparadores físicos, os treinadores de goleiros e, sobretudo, os jogadores evoluíram nas últimas décadas com a profissionalização dos clubes; fora dele, os dirigentes conti­nuam agindo de maneira amadorística e, em alguns casos, de maneira antiética.

O conceito da completa profissionalização só vale mesmo para dentro de campo, já que do lado de fora os cartolas insistem em comandar os clubes com o coração ou sobrepondo os interesses pessoais aos das instituições.

Daí, a intensa rotatividade de técnicos e o entra e sai de jogadores que oneram os clubes e limitam a sua capacidade de desenvolvimento dentro dos padrões modernos de gestão.

Trio paranaense

O Atlético acaba de trocar o técnico quando na realidade Antônio Lopes desgastou-se tanto quanto Geninho para livrar o time do rebaixamento.

Além do custo emocional e mental, o veterano Lopes tornou-se cúmplice dos jogadores na engenharia montada para salvar o Furacão da degola e avaliou sentimentalmente o elenco para a nova temporada.

Os dirigentes, por sua vez, amadores ou mal-informados, contrataram mal e não perceberam que o técnico estava prestigiando os mesmos de sempre: ou seja, aqueles que não interessaram a ninguém e permaneceram no elenco. Mesmo fracos acabam jogando por falta de melhores opções e o Atlético segue capenga, repetindo as mesmas deficiências há cinco anos.

O Coritiba beneficiou-se do novo Código Desportivo ao reduzir a pena da perda de 30 mandos para 10, mas terá de encarar a dura realidade de jogar fora de casa o turno inteiro do próximo Campeonato Brasileiro.

Aí entra o fator psicológico: se vencer o Náutico, na estreia, no Recife, ganhará moral para jogar com o América-MG longe do Alto da Glória cumprindo a primeira das 10 partidas. Porém, se sair derrotado na estreia e enroscar na rodada seguinte o panorama se tornará sombrio para o restante da maratona e o desafio de tentar retornar à Primeira Divisão poderá se transformar em drama.

Esta é a dura realidade da bola e o aspecto psicológico, tanto da equipe quanto da torcida, será fundamental.

O Paraná foi dilapidado por administrações irresponsáveis e teve significativamente reduzido o quadro social e a sua capacidade de captar recursos. É um clube com dificuldades extremas.

Dos nossos, foi aquele que sofreu mais os efeitos dos tais "investidores", seres muitas vezes sem rosto, sem identidade, sem compromisso com a torcida e que apenas sugam os clubes.

Parceiros indesejáveis nascidos nas entranhas da Lei Pelé.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]