Existem técnicos que ao mudar a escalação acabam atrapalhando e existem aqueles que mexem corretamente ajudando na conquista da vitória. Foi o que aconteceu com o Paraná, ontem, quando o técnico Lori Sandri acertou em cheio com o deslocamento do atacante Vandinho para a ala-direita, setor que estava carente há bom tempo.
Vandinho adaptou-se à nova função e transformou-se na peça decisiva para o reabilitador triunfo paranista. Ele participou dos três gols, cobrando o escanteio no primeiro, dando o passe para Batista marcar um golaço e concluiu para fazer o terceiro. No seu gol, Vandinho contou com a inestimável colaboração do goleiro Fernando Henrique que engoliu um frango. Para um clube que já teve arqueiros do porte de Batatais, Veludo, Castilho e Félix, entre outros, deve ser duro aceitar um frango dessa categoria.
Mas o Fluminense não foi derrotado por isso. O time de Renato Gaúcho abriu a contagem e foi tomado por surpreendente sentimento de superioridade, imaginando que estava tudo resolvido, quando o Paraná cresceu, pressionou e virou o placar em grande estilo. E, para alcançar o objetivo, o time de Vila Capanema teve de desdobrar-se, superar-se e, afinal, mostrar que pode reagir jogando dentro de casa.
Noite apocalíptica
Comentei sexta feira, com alguns amigos, que o Atlético estaria arriscando muito no jogo com o Náutico ao saber da escalação dos inconstantes Danilo e Rogério Corrêa na zaga e do irregular Alan Bahia na faixa de retenção.
Não deu outra: os defensores pareceram os Cavaleiros do Apocalipse atleticano, desconstruindo o que de melhor aconteceu nas últimas partidas. Acabaram com as chances do time logo de saída numa impressionante seqüência de jogadas imprecisas e até mesmo patéticas, como no lance do terceiro gol.
Responsabilidade do técnico Ney Franco que inventou ao sacar o regularíssimo Rhodolfo, que ajustou a linha de zaga com Antonio Carlos, e de insistir com Ramon que, lamentavelmente, tem oferecido muito pouco em termos técnicos e, sobretudo, táticos.
Foi um desastre completo na humilhante goleada de 5 a 0 para o esforçado Náutico.
Só a incandescente torcida rubro-negra pode salvar o Furacão.
Respeito às meninas
Para uma equipe desamparada, desassistida em termos de patrocínio e sem calendário anual regular, a seleção brasileira de futebol feminino foi longe demais.
Enfrentou na final a poderosa e riquíssima Alemanha, que patrocina campeonatos nacionais e mantém a seleção reunida com partidas mensais, e teve chance de vencer, mas foi infeliz. Tanto na bola na trave quanto no pênalti mal cobrado por Marta, disparada a melhor jogadora do mundo. Coisas da bola. Devemos respeito as meninas do Brasil.