A modernidade do futebol vem ampliando as diferenças entre os clubes europeus e brasileiros. É impressionante como os nossos dirigentes são atrasados ou apenas metidos a espertos, contentando-se com migalhas.
Em vez de valorizar as revelações e de rever alguns artigos da Lei Pelé que diminuíram, sensivelmente, os direitos dos clubes sobre os jogadores no momento das negociações, os dirigentes só enxergam o que está na frente do nariz. São incapazes de realizar competente planejamento estratégico a longo prazo com o objetivo de ampliar as possibilidades de faturamento e de rendimento técnico da equipe.
Os clubes brasileiros desperdiçam a oportunidade de faturar milhões ao negligenciar negócios que envolvem direitos intangíveis, como o licenciamento de suas marcas e a produção de conteúdo inspirado em sua imagem ou na de seus craques. O Brasil continua engatinhando na comparação com clubes europeus.
O clube brasileiro que mais arrecadou nas últimas temporadas foi o Corinthians, graças ao aproveitamento da imagem de Ronaldo Fenômeno. Porém, enquanto a receita do time paulista no ano passado foi R$ 59 milhões a do Real Madrid chegou a R$ 297 milhões.
Com reduzidos investimentos no elenco para 2011, o Corinthians corre o risco de ser eliminado pelo modesto Tolima, logo na primeira fase da Libertadores, e poderá acumular prejuízos financeiros próximos a R$ 10 milhões pela projeção da diretoria.
Este é apenas um exemplo do despreparo da maioria dos clubes brasileiros.
Aqui em Curitiba, onde nem sequer contamos com um estádio pronto e amplo para receber grandes públicos, os clubes patinam como entidades periféricas dos quatro pontos cardeais Rio, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre e não conseguem ampliar o seu raio de influência no interior do estado.
Os clubes paranaenses precisam contar com dirigentes mais criativos e mais ousados, tanto na parte de gestão administrativa, quanto patrimonial e, sobretudo, mercadológica. Sem esquecer, é claro, do futebol que é a matéria-prima do negócio.
Lamentavelmente os nossos clubes perdem muitos jogadores revelados nas divisões de base por falta de conhecimento da legislação ou pelo assédio dos agentes, enquanto demonstram pouco arrojo na formação de seus elencos principais. Não é à toa que o Paraná passa por grave crise, o Coritiba caiu duas vezes nos últimos anos e o Atlético surpreendeu com a quinta colocação nacional na temporada passada depois de passar cinco anos lutando apenas contra o rebaixamento.
Os clubes paranaenses deviam aproveitar oportunidades como as novas mídias, para investir no relacionamento com o torcedor e aproveitar o poder catalisador da paixão e dos eventos para a exploração de suas marcas.
Os jogadores bem orientados parecem mais atentos às oportunidades do que os clubes locais.
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