É compreensível a preocupação dos treinadores e, sobretudo, dos preparadores físicos com o condicionamento dos jogadores neste inicio de temporada.
Ensina o manual da preparação física profissional que tudo o que for bem realizado nos primeiros meses serão fundamentais para o rendimento das equipes no resto do ano. Sendo assim, é natural que haja algum tipo de rodízio nas escalações, especialmente no que toca aos estaduais, que existem exatamente para servir como laboratório.
Porém, e sempre tem um porém em quase tudo na vida, os treinadores devem aproveitar a faculdade de poupar jogadores na dose certa.
Nem é aconselhável desperdiçar o tempo útil antes da definição da escalação ideal para adquirir entrosamento e nem é recomendável deixar de testar todos os componentes do elenco colocado à sua disposição. Cabe a cada técnico revelar sabedoria para equilibrar suas decisões e aproveitar esta fase morna nas competições.
É muito bonito mexer daqui e dali na escalação, mas é bem complicado ter de explicar derrotas frente a adversários de segundo escalão como acontece durante os estaduais.
É muito comum nesta época observar dirigentes tratar o grupo de jogadores como “plantel” que, como deveriam saber, refere-se ao coletivo de animais de reprodução. Ou a própria crônica, a que pertenço, chamar jogadores de futebol de “atletas”. Termo cada vez mais usado, repetido, impróprio e inadequado.
Quem chama jogador de futebol de “atleta” são os técnicos, particularmente aqueles para os quais força, correria e briga são mais importantes do que arte, talento e criatividade.
Jornalistas e radialistas, imagino, não podem aprender a falar e menos ainda a escrever com os técnicos e cartolas de futebol.
Seria também conveniente que não abusassem de expressões como “propor o jogo”, “entrar com tudo”, “focar”, “focado” e outras que se tornaram lugares-comuns que empobrecem o vocabulário.
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EFABULATIVO: Não é só aqui que a imagem do político é péssima. O cineasta Sylvio Back – coleguinha de redação no antigo e estimado Diário do Paraná – contou que o genial maestro austríaco Herbert Von Karajan, regente da orquestra de Berlim, era um piadista.
Certa vez, contou que um político alemão caminhava pela rua quando uma senhora tropeçou e caiu. Ele, imediatamente, ajudou-a a se levantar, dispondo-se, inclusive, a levá-la a um hospital. Ela, muito agradecida, perguntou: “Meu senhor, o que posso fazer para agradecer tanta gentileza?” E o político: “Senhora, sou fulano de tal. Nas próximas eleições, ficaria honrado com seu voto.” E ela: “Senhor, eu caí de bunda no chão, não bati a cabeça!”
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