A Federação Paranaense de Futebol conseguiu estragar o Atletiba da semana passada e completou o desserviço remarcando o clássico para esta Quarta-feira de Cinzas.
Faz lembrar o Padre Vieira que escreveu sobre a Quaresma um formoso sermão sobre o amor, e outro não menos formoso sobre a morte. Como estamos na Quaresma creio que o mais apropriado seria o que trata da morte, especialmente porque os cartolas da CBF e das federações estaduais estão matando o futebol brasileiro aos poucos.
Um Atletiba sem clima está programado para a Arena da Baixada: o Atlético sem time e o Coritiba sem técnico.
No lado atleticano tudo por causa do calendário que dividiu as atenções da comissão técnica entre a importante Libertadores da América e o deficitário e pouco atrativo Campeonato Estadual. Paulo Autuori tem escalado os jogadores reservas para o torneio doméstico e reservado o grupo principal para os desafios continentais.
Mesmo sem ter sido tecnicamente brilhante em nenhum momento desta temporada, o time titular superou-se frente ao Millonarios e, sobretudo, diante do Deportivo Capiatá classificando-se para a fase de grupos. Não foi pouca coisa, mas deu para notar a limitação técnica do atual elenco. E isso fica mais evidenciado quando se vê os suplentes com grandes dificuldades para vencer adversários reconhecidamente modestos do nosso interior. Sinal de que alguns investimentos serão inevitáveis se a diretoria pretende manter o Furacão em alto nível de competição ao longo desta temporada.
No lado coxa-branca tudo por causa da inconstância dos dirigentes que parecem não saber direito o que pretendem para o clube. Ou, por outra, falta claramente um projeto para o Coritiba, tanto na parte patrimonial quanto na parte esportiva.
Fiquemos com o lado esportivo, que tem sido muito mal tocado ultimamente no Alto da Glória. Há cinco anos a equipe só disputa o Campeonato Brasileiro com a missão de evitar o rebaixamento.
Com a desconcertante eliminação na Copa do Brasil pelo simplório ASA de Arapiraca caiu o técnico Carpegiani. Logo ele que salvou a lavoura e chegou a demonstrar vontade de não renovar o contrato com o Coxa.
Acabou ficando, chegou a bancar a contratação de Ronaldinho Gaucho, afinal transformada em tremenda comédia de muitos erros que só serviu para desgastar todos os envolvidos; não conseguiu reorganizar o elenco com as novas contratações e foi demitido diante da inanição técnica evidenciada pelo time em suas decepcionantes atuações no estadual e na Copa do Brasil.
Com esse panorama sombrio só poderia ser baixa a expectativa das torcidas para o primeiro Atletiba do ano.