O futebol é um negócio que movimenta US$ 500 bilhões no mundo, afirmam economistas que se esforçam para tentar entender o absurdo da duradoura crise desse esporte em nosso país.
A economia é a ciência que estuda atividades produtivas e o futebol transformou-se nas últimas décadas em empreendimento altamente lucrativo. E o Brasil, diz o mito, é o país do futebol, logo soa inexplicável que continue sendo um negócio de doido, para o qual ninguém consegue apresentar uma explicação razoável para o que está acontecendo.
Ontem as manchetes esportivas anunciavam o cerco do futebol chinês ao zagueiro Gil, do Corinthians, mais um que compõe a debandada do time campeão; informavam do recurso de advogados do São Paulo junto à Fifa denunciando o ataque chinês ao jogador Ganso e por aí segue a banda.
Nossos cartolas, afogados em números e balanços que nunca fecham, já emitiram mostras de que não dão conta do recado. Entender a economia do futebol brasileiro não é mesmo tarefa fácil. Nem mesmo os especialistas se entendem sobre isso. Mas concordam num ponto: o futebol brasileiro repete e reflete problemas do próprio Brasil.
Outro complicador é o modelo político, tanto do país em sua administração pública quanto no futebol que vive num período pré-industrial em relação ao capitalismo moderno.
A Primeira Liga recém criada sofre ataques de todos os lados. As flechas são lançadas exatamente por parte dos setores que se sustentam no atraso administrativo: CBF e federações estaduais. A Federação Carioca, por exemplo, um lixo pronto e acabado há muitas décadas, mobilizou todos os times do Rio de Janeiro para bombardear a presença da dupla Fla-Flu no torneio que tem o seu início previsto para a próxima semana.
Voltemos ao dinheiro. O maior problema é a desorganização geral dos clubes. Eles não conseguem se unir para diminuir o poder da CBF e das federações, ao mesmo tempo em que perderam a capacidade de segurar os melhores jogadores.
O futebol mundial move bilhões de dólares e temos uma organização neolítica. Não faz o menor sentido desperdiçar o seu potencial como fonte de renda. É grande negócio, mas os nossos clubes não tiram proveito. Antes, pelo contrário, perdem espaço e desperdiçam oportunidades para entrar no Primeiro Mundo do esporte mais popular do planeta.
As boas oportunidades estão à disposição, tanto que os canais de televisão pagam fortunas pelos jogos da Liga dos Campeões e do Campeonato Espanhol. Até o Campeonato Paulista deste ano teve um aumento de 60% no seu valor de mercado.
Está difícil compreender o nonsense econômico que paira sobre o futebol brasileiro.
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