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Há seis anos o Atlético viveu uma noite encantada no Estádio Centenário, histórico palco da primeira final de Copa do Mundo.

Foi na Taça Libertadores da América de 2000, quando o Furacão iniciava em competições internacionais, sob o comando de Vadão, o mesmo que dirige com habilidade e competência o atual time, tecnicamente inferior ao daquela época.

Recordo-me de uma conversa que tive com o atacante Lucas, na hora do lanche pouco antes da partida, no Hotel Sheraton de Montevidéu. A grande revelação do time demonstrava tranqüilidade e confiança para o jogo com o Nacional.

Apesar do apoio da torcida e do fato de jogar em casa, o Nacional simplesmente não conseguiu fugir do estilo agressivo do "El Paranaense" com Flávio pegando tudo na meta; os laterais Luisinho e Jorginho atacando; os centrais Gustavo e Leonardo parando os uruguaios; Marcus Vinicius e Luís Carlos Goiano marcando implacavelmente no meio; e Kelly barbarizando com jogadas em alta velocidade com Adriano, Kléber e Lucas. Na reserva Cocito, Kléberson, Silas, Adauto e outros.

O placar de 3 a 1 refletiu a mais bela exibição do Atlético em partidas internacionais até hoje.

No dia seguinte, os jornais não se cansaram de rasgar elogios ao armador Kelly: "El dueño de la noche encantada del Paranaense".

Maratona positiva

Mesmo contrariando as preocupações e os prognósticos dos especialistas, considero positiva essa maratona imposta ao Atlético pelas circunstâncias de seu sucesso na Copa Sul-Americana e da desesperada luta para sair do rebolo no Campeonato Brasileiro.

Com um elenco de categoria técnica mediana surge importante a mobilização, que provoca a superação e permite que a equipe realize atuações surpreendentes, como foram as últimas.

Observem como o futebol é feito de pequenos detalhes: nas partidas anteriores, quando o Furacão jogou com São Paulo e Cruzeiro, deixou de somar 4 pontos na Arena, simplesmente pelos detalhes dos gols perdidos. Marcos Aurélio teve a bola do jogo no início contra o São Paulo; Ferreira e Denis Marques deixaram de marcar os gols que fariam da partida com o Cruzeiro uma goleada.

Mas não dá para reclamar, pois há muito tempo venho afirmando que, pelas condições técnicas do elenco formado para esta temporada, Vadão e seus comandados estão se saindo melhor do que a encomenda.

O Nacional constitui-se adversário de respeito, o que deve animar os atleticanos a tentar uma vitória em Montevidéu. É melhor jogar com confiança e determinação do que entrar em campo acanhado, ainda mais em um torneio mata-mata onde o gol fora de casa tem peso ponderável.

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