Com os estaduais se arrastando a ponto de o zagueiro Paulo André, do Corinthians, afirmar que "excluindo os clássicos eu não assistiria jogos do Paulista nem que pagassem", o novo cenário que se descortina com a abertura da Copa Libertadores da América é animador. Pela quarta vez o Atlético participa da maior competição continental, uma espécie de objeto de desejo de todos os clubes e torcedores em geral. Além de representar o país, o time ganha amplo destaque expondo a sua marca e, consequentemente, dos patrocinadores, ao mesmo tempo em que exibe os jogadores na vitrine do mercado internacional, além das boas rendas nos jogos e das verbas pagas pela televisão.
Da estreia atleticana, em 2000, ficou gravada a lembrança da excelente exibição em Montevidéu no triunfo de 3 a 1 sobre o Nacional, em noite mágica do meia-atacante Kelly. Na condição de campeão brasileiro, o Furacão teve participação discreta na Libertadores de 2002, recuperando-se esplendidamente em 2005, quando chegou à final com o São Paulo e sofreu na carne o peso do tapetão. Cartolas do São Paulo e da CBF manipularam os dirigentes da Conmebol, impedindo a realização da primeira partida na Arena da Baixada, onde o Atlético era praticamente imbatível, tanto que um mês depois da final ele aplicou uma goleada no mesmo São Paulo pelo Campeonato Brasileiro.
Agora o torcedor esfrega as mãos e sente aquele friozinho na barriga antes do jogo com o Sporting Cristal, em Lima. Tudo porque a diretoria trocou Vagner Mancini pelo desconhecido Miguel Angel Portugal e não conseguiu impedir as saídas de Léo e Everton, além das dispensas dos experientes Luiz Alberto e Paulo Baier. Mas ainda é respeitável o potencial da equipe, evidenciando o ótimo nível alcançado na temporada passada, pois conta com o goleiro Weverton em grande fase, o zagueiro Manoel, um dos mais completos em atividade no país, o atacante Marcelo, eleito a revelação do ano, e Éderson, maior artilheiro do campeonato passado.
A expectativa gira em torno do que foi conseguido pelo novo treinador nesse curto período de trabalho. Sueliton reúne condições de substituir Léo à altura, enquanto Cleberson ainda não se firmou na posição. Lucas Olanza é a novidade e o meio de campo terá de produzir muito para suprir a ausência de Everton. Já o ataque continua forte, surgindo os garotos Nathan e Mosquito como apostas certeiras.
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Efabulativo: O Atlético perdeu um de seus mais ilustres torcedores,o advogado e professor Ivan Xavier Vianna. Inteligência rara e gozador emérito, antes de um jogo na curva da laranja na antiga Baixada, ele cutucou Anfrisio Siqueira, outra figura antológica do clube:
Tenha calma Anfrisio, o árbitro do jogo parece ser uma pessoa simpática...
E é bom que seja, pois o Atlético nunca perde: vence, empata ou é roubado!
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