Paulo Autuori é um desses técnicos que, em qualquer clube, com qualquer elenco, faz o time jogar dentro do seu estilo. A afirmação parece um tanto óbvia, mas não é não. Porque são poucos os treinadores brasileiros que conseguem deixar sua marca registrada onde quer que passem.

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Vejam o atual time do Atlético com a inconfundível marca pessoal de Paulo Autuori.

Se no ano passado ele conseguiu extrair o máximo do obeso Walter formando um ataque fulminante com o jovem Ewandro, agora ele aposta na experiência de Grafite com o talento de Pablo.

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É uma química que pode funcionar novamente, mesmo com tantas mudanças no time.

Como todo clube tradicional, o Atlético já experimentou variada coleção de sistemas de jogo através dos tempos: foi defensivo, foi ofensivo, foi altamente técnico ou simplesmente competitivo. Alguns treinadores que passaram pela Baixada deixaram os seus nomes gravados, nem tanto pelos títulos conquistados, mas pelas impressões digitais na definição da forma de o time atuar, na valorização de alguns jogadores ou na relevância do espírito coletivo.

Alfredo Ramos tirou água de pedra na campanha do título estadual de 1970, mas poucos brilharam tanto quanto Geraldo Damasceno, o Geraldino; ou Otacílio Gonçalves, Nelsinho Baptista, Zé Duarte, Pepe, Abel Braga, Vadão, Mario Sergio, Geninho – este consagrado pelo maior título da história atleticana –, Antônio Lopes e Wagner Mancini.

A dupla Antônio Lopes-Borba Filho levou o Furacão às finais da Libertadores em 2005. O time estava bem entrosado, tinha personalidade forte e se tornou quase imbatível em casa. Foi muito prejudicado com a interferência política da CBF e da Conmebol em favor do São Paulo, tirando o direito de disputar a primeira partida decisiva na Arena da Baixada.

A mesma política que inverteu a ordem dos jogos com o desconhecido Deportivo Capiatá, não por acaso vizinho da sede da Conmebol, no Paraguai.

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Mesmo sem contar com um elenco estelar, até pelo contrário, o Atlético está encarando os desafios desta temporada com um grupo de jogadores veteranos mesclados às jovens promessas da base.

Uma das qualidades que podem ser observadas na equipe montada por Paulo Autuori é a vontade demonstrada em campo para jogar futebol. Todos correm com alto grau de responsabilidade e não importa a idade, pois os mais velhos dão exemplos aos garotos.

Ninguém pretender brilhar mais do que o outro, parece que todos têm plena consciência de suas limitações e se somam para a imprescindível superação.

O comando forte e a unidade do grupo são as principais características do Furacão para o jogo com o representante paraguaio.