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O besteirol continua dando audiência.

No mês passado foram lembrados os 30 anos do desastre nuclear na usina de Chernobyl, na finada União Soviética.

Foram produzidas reportagens e documentários pelo mundo afora sobre o tema. Bastante gente se divertiu com as respostas dadas por estudantes americanos de classe média, que cursam o último ano do secundário e que compareceram a um programa de televisão que envolvia conhecimentos gerais.

Uma das estudantes, interrogada sobre o significado de Chernobyl, disse que ele é o nome completo da atriz Cher. Outro afirmou que Khomeini, aiatolá e falecido líder iraniano, é o nome de um ginasta soviético que ganhou medalha na Olimpíada de Seul. E uma das moças convidadas a esclarecer o Holocausto respondeu que se trata de uma festa judaica.

O programa, que tinha por finalidade estabelecer a causa das frequentes reprovações de estudantes, ficou sem resposta.

Mas isso, é claro, não perturbou os jovens nem muito menos os telespectadores que acompanhavam o programa na costa Leste.

Uns e outros muito se divertiram com as impagáveis respostas. Foram tão divertidas como algumas peripécias verbais dos vestibulandos brasileiros, tradicionalmente divulgadas na época dos exames de seleção.

Lamentável para quem se preocupa com o nível do ensino, divertido para os menos preocupados.

Por aqui sempre tem mais. Além do show de mediocridade proporcionado pela maioria dos deputados federais durante a votação do impeachment de Dilma Roussef, a própria presidente afastada nos brindou com pérolas como “mulher sapiens” e uma exótica ode a mandioca.

No final de semana em que a bola começa a rolar pelo Campeonato Brasileiro espera-se que ela seja bem tratada pelos jogadores.

Foi-se o tempo em que tínhamos de dois a três craques para cada posição. Hoje em dia raros são os torcedores que sabem de cor a escalação da seleção de Dunga.

Há algum tempo a circunferência de couro com a qual o antigo país do futebol se delicia em dias de jogo é maltratada por jogadores pouco elegantes ou zagueirões mais afeitos a chutões e roscas.

Cansada de ser espezinhada por bicos de chuteiras e desprezada por canelas insolentes, a dona bola resolveu se insurgir.

Para se vingar dos desafetos e malfeitores de jogadas, ela anda pregando peças pelos gramados. Já não toma o velho efeito nos chutes, não obedece a toques sutis e recusa-se a quicar com a desenvoltura de antes.

Sentindo-se humilhados em campo, diversos jogadores elegeram a pobrezinha da bola como culpada pela avalanche de passes errados e gols perdidos em baixo da trave.

A bola redonda anda incomodando muita gente.

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