O técnico Dunga e os ­­de­­mais membros da comissão técnica escolheram o CT do Caju para os primeiros testes da seleção brasileira, fato que enche de orgulho o Atlético, a cidade de Curitiba e o estado do Paraná. O Brasil está aqui e devemos ser bons anfitriões.Sinto-me à vontade para recepcionar o melhor time de futebol do mundo, afinal não tenho economizado considerações ao trabalho desenvolvido pelo selecionador nacional, cujos resultados nas Eliminatórias, na Copa América e na Copa das Confederações dispensam outras abordagens.Há muito tempo a seleção brasileira não batia tanto nos argentinos como nos últimos anos e a torcida voltou a ter confiança na equipe simplesmente porque observou o espírito de luta de­­monstrado pelos jogadores. Muitos deles não são exatamente craques, porém como jogadores eficientes e aplicados conseguiram formar respeitável conjunto.Esta é a palavra chave do sucesso de Dunga: conjunto. Desde que ajustou a defesa em sintonia fina com a meia-cancha, ele dedicou-se ao trabalho de encontrar o ala esquerdo ideal optando pelo nosso velho conhecido Michel Bastos, que já trilhou os caminhos do centro de treinamentos atleticano tanto quanto Kléberson. Se o time é forte no sistema de­­fensivo depende muito do estado físico de Kaká e do rendimento dos atacantes para revelar operosidade ofensiva. Aí é que o bicho pe­­gou, especialmente com o surgimento da maior revelação dos últimos tempos: o meia-armador Paulo Henrique Ganso, ou o pacote completo com Neymar e Ro­­binho.Muitos entendem que pode significar desperdício não querer contar com a defesa da Internaz­­zionale e o ataque do Santos na luta pelo hexa.Mas Dunga foi coerente com os seus princípios e, sobretudo, mostrou que tem sensibilidade como líder de um grupo de astros cheio de melindres. Do mesmo jeito que Felipão fechou o grupo na base da "Família Scolari", ele preferiu não correr riscos com experiências de última hora, mesmo reconhecendo o enorme talento dos jovens santistas, para manter a unidade da seleção. O espírito de corpo é fundamental em qualquer empreendimento, ainda mais em uma atividade lúdica repleta de surpresas como é o futebol. Se o elenco está unido e disposto a provar o seu valor a qualquer preço será, naturalmente, muito mais vibrante, determinado e competitivo.Lamento a ausência de Ganso, pois ele representaria um toque de magia na equipe que é, indiscutivelmente, forte e aguerrida.Mesmo sem representar uma unanimidade – o que sempre foi difícil em se tratando de seleção brasileira – ninguém pode deixar de reconhecer que o grupo escolhido por Dunga é respeitável e certamente não faltará luta na África do Sul.Sejam bem-vindos e lembrem-se deste pensamento de um filósofo espanhol do século 19: "Nada serve tão bem na cabeça de um vencedor como a coroa da modéstia".

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