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Tirada das corridas clássicas do turfe inglês, a pa­­lavra der­­by emoldurou os grandes jogos do futebol brasileiro nas páginas esportivas da primeira metade do século passado.

Até o começo da década 1970, a imprensa paulista ainda chamava o principal clássico – entre Corinthians e Pal­­mei­­ras – como o Derby.

Aqui o Atletiba também foi tratado como o Derby, de acordo com as antigas manchetes de o Paraná Esportivo e a Ga­­zeta do Povo.

Os jogos também recebiam diversos adjetivos, dependendo das circunstâncias, como partida, porfia, pugna, prélio, cotejo, peleja e por aí afora.

Os tempos mudaram, o futebol transformou-se em grande negócio de lazer, as torcidas se tornaram agressivas, a televisão tomou conta do espetáculo e, é claro, modernizou-se a crônica esportiva.

Os textos passaram a ser menos gongóricos, mais enxutos e objetivos. As redações deixaram de escalar os piores re­­pórteres para as páginas esportivas e policiais. Depois do período clássico – com Mario Fi­­lho, Nelson Rodrigues e Ar­­mando Nogueira –, a crônica nun­­ca mais foi a mesma e o padrão de jornalismo esportivo deu um salto de qualidade.

A única coisa que não mu­­dou foi a paixão do torcedor pelo futebol. Ou pelo seu time de coração. Cada vez mais o torcedor só tem olhos para o time preferido, daí o aumento da ri­­validade e, lamentavelmente, da violência em dias de grandes clássicos.

O Atletiba é a essência do futebol paranaense, pois ele só subsiste graças ao peso, a tradição, a evolução e a mobilização das duas equipes.

Sem Atlético e Coritiba o fu­­te­­bol paranaense não teria tí­­tulos nacionais e, hoje em dia, es­­taria fora da Primeira Di­­visão.

Uma grande história esta em­­barcada no Atletiba e só isso bastaria para defini-lo como o Derby.

Rodada

O Paraná abre a rodada dos nossos times enfrentando o São Caetano sob o signo da confiança.

A convincente vitória sobre o Guarani revigorou o grupo, no qual despontam caras novas como Rafinha, Toscano, Davi e outros.

Amanhã, o Atletiba no Alto da Glória.

Para os atleticanos a presença do técnico Antônio Lopes ao lado dos jogadores seria fundamental e ele acabou absolvido pelo STJD. Foi um novo elaborado trabalho do advogado Do­­mingos Moro, sempre muito criativo em suas teses jurídicas, tanto que já começou chamar a atenção de clubes tradicionais do eixo Rio–São Paulo. Com Lopes o Atlético tentará surpreender o Coritiba que, pela posição no campeonato, não pode pensar nem no empate.

A chave do jogo será a forma de o Coxa atacar desde o começo na busca do gol, sem abrir espaços para o contra-ataque mortal do Furacão.

Aí reside todo o mistério do clássico e as suas múltiplas al­­ternativas, tais como o comportamento dos zagueiros, a eficiência dos alas, a combatividade dos volantes, a criação dos ar­­madores e a definição dos atacantes. Quem pode mais, chora menos.

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