Escolhida pela Fifa como dona da camisa mais emblemática do futebol mundial, a famosa canarinho, a seleção brasileira apresentará novo modelo no jogo de hoje, em Lima, frente ao Peru.

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Trata-se de uma homenagem à jaqueta que foi usada pela seleção na campanha de 1958, que deu ao Brasil o seu primeiro título mundial. No ano que vem estaremos comemorando o cinqüentenário da conquista que para muitos, inclusive para mim, foi a mais bonita das cinco. Ninguém viu, é verdade. Ou, pelo menos, pouca gente viu ao vivo, já que vivíamos a era do rádio e fomos tomando conhecimento aos poucos das peripécias de Gilmar, Djalma Santos, Bellini, Orlando, Nilton Santos, Zito, Didi, Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo, craques que se tornaram legendas na eternidade do futebol.

Primeiro vieram as imagens dos principais lances e dos gols através do jornal do cinema; pouco depois, surgiram os filmes e, finalmente, os vídeos tapes completos das partidas em que a seleção encantou a todos. A camisa suada pelos jogadores na abertura do caminho para o pentacampeonato também entrou para a história.

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Ela tem uma grande mística, mas é importante destacar que quem a tornou especial foram aqueles que a vestiram com amor e muito talento. A mesma turma bisou o feito quatro anos depois, no Chile e, ainda com Pelé, mas contando com os jovens Gerson, Tostão, Jairzinho, Rivelino e outros a camisa e o time foram idolatrados na conquista do tri na Copa do México.

Ícones da nova seleção devem fazer jus à mística canarinho

Passaram-se os anos e muitos craques vestiram a canarinho, mas mesmo gente do nível técnico de Luís Pereira, Carpeggiani, Ademir da Guia, Reinaldo, Zico, Dirceu, Roberto Dinamite, Falcão, Leandro, Junior, Cerezzo, Sócrates, Éder, Careca e tantos mais não conseguiram levantar a taça do mundo.

Somente em 1994, com um grupo de pouco brilho mas de muita fibra, e contando com os gols do genial Romário, a seleção chegou a um novo título, ampliando a marca oito anos mais tarde, na Copa da Ásia, com Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho e muitos mais que dignificaram o manto verde-amarelo.

Aí está o Brasil em nova empreitada futebolística, tentando manter a tradição de ser o único país a disputar todas as copas. Hoje, contra o Peru, o time vai ter de mostrar capacidade para quebrar quatro anos sem vitória fora de casa em partidas eliminatórias.

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Ocorre que a seleção nem sempre se emprega com a dedicação desejada. Os jogadores, especialmente os mais famosos e, conseqüentemente, mais badalados, se poupam, atuam com um pouco de preguiça – como aconteceu na estréia deste ano na Colômbia – e acabam decepcionando.

Como quem ganha jogo é quem veste a camisa, espera-se muito dessa geração que tem como ícones Kaká, Ronaldinho e Robinho.