Mesmo perdendo alguns jogadores emblemáticos que marcaram a temporada passada, o Coritiba surge com a principal equipe do Estadual e com possibilidades de conquistar o segundo tricampeonato da sua história.
O favoritismo do Coxa não se vincula a um eventual fortalecimento da equipe, pois, até pelo contrário, acredito que será necessário um período de adaptação dos novos contratados para que eles revelem capacidade de substituir à altura jogadores da estatura técnica de Leandro Donizete, Léo Gago e Marcos Aurélio.
Enxergo o favoritismo do Coxa na comparação com os principais concorrentes. Sem que o Atlético tenha contratado um único reforço, com o Paraná de fora e os demais participantes sem grandes referencias técnicas, a passarela está livre para o desfile alviverde.
Experiência
Depois de todas as experiências mal-sucedidas com técnicos e jogadores no ano passado, remetendo o time para o rebaixamento nacional e com o pior ataque do campeonato, o torcedor atleticano contava com a contratação de um técnico consagrado e jogadores que pudessem resgatar a força do Furacão.
O investimento no uruguaio Carrasco é mais uma experiência, apesar da validade do argumento de que o mercado interno está supervalorizado e fica mais em conta importar profissionais dos países vizinhos. O técnico levará algum tempo para conhecer a cidade, o clube, o elenco e a responsabilidade que assumiu.
A diretoria parece atenta na pesquisa para investir em reforços de envergadura técnica, oferecendo melhores condições humanas para Carrasco desenvolver o trabalho. Mas se o Estadual é o único título realmente ao seu alcance, o Atlético deveria ser mais ágil, tentando reduzir a distância com o Coritiba, proporcionando o entrosamento necessário para os jogos da Copa do Brasil e da Série B brasileira.
Ricardinho
O Paraná, em vez de contratar um técnico, contratou um personagem.
Ricardinho é antigo ídolo do clube, foi grande jogador, vitorioso por onde passou e que resolveu encerrar a carreira de atleta sem fazer o estágio aconselhável antes de assumir o risco de comandar o seu time de coração.
Ter sido jogador inteligente, observador e com liderança não outorga a nenhum atleta o diploma de técnico pronto para todas as situações. A história é rica em exemplos de craques que não se desenvolveram como treinador: Zizinho, Bauer, Djalma Santos, Mauro Ramos de Oliveira, Falcão e tantos outros.
O Paraná corre o mesmo risco do Atlético com Carrasco, mas é Ricardinho quem tem mais a perder, já que ele aposta todas as fichas da nova carreira assumindo uma equipe problemática, recheada de dúvidas e com desafios de grande porte.
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