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Se quiséssemos definir o homem, o ser humano, como deveríamos proceder, que método adotar?

Defini-lo dogmaticamente, de acordo com esta ou aquela crença religiosa, esta ou aquela doutrina filosófica ou hipótese científica: nenhuma dessas definições esgotaria o definido, pois o ser humano é tudo o que tem feito e, consequentemente, tudo o que tem sido ao longo da história, desde que dele temos notícia até os dias que correm. O homem é a história do homem.

Jamais esteve fora da história, pois ele realizou e escreveu a própria história, jamais podendo sair da história, a não ser pela morte. Cada homem se exaure no fim da própria história.

E a história nos revela o ser humano em suas infinitas diferenças, desde o mais simples representante da raça até os gênios, os heróis ou os santos. Não há na Terra uma espécie tão especial quanto o homem.

Dotado de consciência reflexa, o ser humano é, em princípio, livre, não determinado, necessariamente, a agir desta ou daquela maneira, como acontece com os animais, cujo comportamento se acha todo prefixado em seus instintos.

A liberdade é o pressuposto fundamental para o desenvolvimento humano. Ele, ao contrário dos animais, pode escolher o lugar que bem entender para viver, pode escolher a comida, a bebida, a companhia, enfim, possui a faculdade de ir e vir sem qualquer limite.

Mas foi o próprio homem que criou sistemas e elaborou regras de convivência, limitando a sua vida. A liberdade moderna implica a norma ética e a lei jurídica. A ética, por sua vez, implica os modelos, os paradigmas, as figuras exemplares. Pois o ideal, embora inatingível, só pode ser a perfeição e não a imperfeição.

E os homens que conseguem emergir da mediocridade, pelo gênio criador, pelo talento e pela virtude, tornam-se pontos de referência, exemplos do que o ser humano pode e deve ser.

O exemplo mais simples de liberdade é a possibilidade que o individuo possui de escolher um time de futebol para torcer. Claro que ele pode sofrer influências familiares, porém ninguém o impede de, quando desejar, mudar de time, algo pouco comum.

Tudo porque a paixão que se adquire por um clube de futebol é praticamente imutável. É a transferência do amor mais sincero a uma instituição, repleta de simbolismos, que se extravasa no grande palco das sensações humanas representado pelos estádios de futebol.

Ali, na arquibancada da vida, o homem tem a possibilidade de ser adulto e menino ao mesmo tempo, agindo e reagindo da forma mais pura para expressar a sua paixão por aquilo que escolheu como dogma lúdico de viver.

Estou tirando 15 dias de férias. Até a volta, se Deus quiser.

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