Há sete anos sem comemorar um título, a torcida atleticana aguarda com expectativa a partida decisiva pela Primeira Liga.
O adversário será o Fluminense, comandado pelo mesmo técnico que, por muito pouco, não conquistou com o Atlético o bicampeonato brasileiro em 2004.
Aquela foi uma campanha irretocável levando-se em consideração os naturais obstáculos enfrentados pelos nossos representantes nas competições nacionais. Quando as arbitragens não conspiram, pesa a maior tradição dos adversários do “eixão”.
Foi assim com o Coritiba nas duas finais recentes da Copa do Brasil, quando pesaram a maior experiência de Vasco e Palmeiras.
Na tentativa do bi nacional, o Furacão falhou em pequenos detalhes. Um pouco pela insegurança do treinador ao tentar administrar resultados praticamente consolidados, nos jogos com Paraná, Juventude e Grêmio, apenas para citar seis pontos perdidos em condições de absoluta superioridade. Substituições equivocadas reanimaram os adversários que acabaram chegando ao empate.
Nas finais da Libertadores, o Atlético foi derrotado pelo poderio político do São Paulo e da CBF, que influenciaram a Conmebol na retirada do primeiro jogo da Arena da Baixada. Os jogadores sentiram o baque psicológico de inferioridade e não se comportaram bem nos dois confrontos.
Na decisão com o Flamengo, pela Copa do Brasil, o time acusou a pressão e só empatou na Vila Capanema. Também jogou sem brilho técnico no Maracanã e teve de se contentar com o vice.
Para tentar trazer para casa o segundo título de caráter nacional, o comportamento da equipe terá de ser, necessariamente, de confiança e autoridade. Confiança para encarar o peso-pesado do futebol carioca acostumado com tantas decisões; autoridade para impor-se em campo diante de um adversário tecnicamente irregular e com problemas internos.
Se tiver personalidade, o Furacão voltará campeão. O time recuperou-se nas últimas semanas.
Muita gente jogou bem nos confrontos com Londrina e Paraná. Foram ajudados pela excelente arrumação estabelecida pelo técnico Paulo Autuori. Começando pelo goleirão Weverton, os zagueiros Paulo André e Thiago Heleno, chegando aos volantes Otávio e Jádson. Os meias Vinícius e Marcos Guilherme passaram a render mais e, consequentemente, Nikão também cresceu.
Os alas Eduardo e Sidcley alternam boas jogadas com falhas infantis.
Walter tem sido um personagem obscuro. Emagreceu, perdeu o ritmo e a graça em campo. André Lima apresenta-se mais efetivo no comando do ataque.
No geral, ainda está distante de uma formação ideal, porém para vencer o Fluminense basta repetir a atuação do triunfo sobre o Flamengo.