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Seis da manhã, nem bem liguei a televisão e fiquei paralisado com a notícia do acidente no voo que levava a delegação da Chapecoense para Medellín.

As chocantes cenas do avião nas matas de Cerro Gordo a poucos quilômetros do aeroporto da cidade colombiana onde o simpático time catarinense iniciaria a decisão da Copa Sul-Americana com o Atlético Nacional, dos sobreviventes sendo conduzidos ao hospital, enfim aquele cenário desolador que marca todas as tragédias.

Imediatamente comecei a pensar nas pessoas a bordo e no bonito projeto dos empresários de Chapecó, que se uniram para elevar a equipe da série D para a A e nesta temporada com a impecável campanha no torneio continental projetando o futebol de Santa Catarina no plano internacional.

O modelo vitorioso da Chape pode servir como exemplo para clubes que atravessam dificuldades financeiras e administrativas.

Os executivos bem sucedidos no comando das suas empresas, que se dispuseram a ajudar o clube da cidade, sabem que o futebol é uma paixão, mas é também um grande negócio que movimenta milhões de dólares.

Os torcedores são amadores e demandam eventos de qualidade. De fato, eles formam a base para que o espetáculo futebolístico seja um expressivo ritual de modernidade. E a responsabilidade foi aumentando com o crescimento do time em campo.

A Chapecoense tornou-se um belo exemplo para ser seguido.

Pena que o sonho tenha sido interrompido por um chocante golpe do destino na floresta colombiana.

Personagens

A notícia do grave acidente abalou o mundo inteiro, ainda mais com o envolvimento de uma delegação esportiva que é sinônimo de alegria e descontração.

A juventude, a confiança e o otimismo caracterizam o espírito dos esportistas em qualquer modalidade.

Mas o futebol parece ser especial na criatividade e no comportamento efusivo da grande maioria.

Através dos anos viajei com companheiros da imprensa, dirigentes, executivos das comissões técnicas e jogadores. Inclusive com Caio Júnior e Mário Sérgio que, lamentavelmente, fazem parte da lista de desaparecidos no avião da Chapecoense.

Mário Sérgio foi importante na formação do time do Atlético campeão brasileiro, assim como Caio Júnior deu a sua contribuição para a melhor campanha do Paraná em 2006.

Recordo do goleiro Danilo defendendo o Operário no começo da carreira, do ala Gil sempre vibrante no Coritiba, Cléber Santana compassando o meio-de-campo do Atlético e tantos outros que se foram tão jovens e no auge das suas carreiras.

Uma tristeza sem fim.

Restaram as imagens do alegre time da Chapecoense em suas últimas boas apresentações.

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