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Antigamente, importante no futebol eram os jogadores e o time que contasse com maior quantidade de craques vencia. O técnico era apenas um organizador, mais puxado a disciplinador do que a estrategista. As exceções existiam apenas para confirmar a regra. Daí a fama, na época também exagerada, de personagens mitológicos como Ademar Pimenta, Flávio Costa, Zezé Moreira, Oswaldo Brandão e alguns outros.

Com o passar do tempo, treinadores e preparadores físicos foram ocupando os espaços, criando nova terminologia e, finalmente, ganhando mais destaque que a maioria dos jogadores.

Nos últimos 30 anos, o futebol vive sob a ditadura dos teóricos e dos cientistas, que trocaram os estilistas por corredores e os jogadores de boa técnica por fortões que jogam de primeiro, segundo ou terceiro volantes.

O retrato pronto e acabado do atual futebol brasileiro foi a seleção de Dunga, com brucutus no meio de campo em vez de jogadores criativos. Sem esquecer de que não existe meio termo: impera a bagunça na concentração da Copa de 2006 ou a clausura disciplinar da Copa na África.

Supervalorizados, técnicos e jogadores riem não mais às escondidas das burradas cometidas pelos cartolas, aí incluído o sumo sa­­cerdote da classe, o venerável Ricardo Teixeira, que esta há 21 anos no comando.

Após mais um fracasso em Copa, o presidente da CBF correu para dar entrevista exclusiva à Rede Globo anunciando que mu­­daria o técnico da seleção e toda a comissão, falando em renovação, mas se excluindo da proposta. Ou seja, muda tudo, menos ele.

Dos nomes citados, Felipão, que enriqueceu trabalhando na Europa e no Usbequistão, estava bem cotado. Obviamente por ter sido o último campeão mundial pela seleção e ainda gozar de enorme prestígio junto ao torcedor.

Mas como o Palmeiras chegou antes do que a CBF, ele afirmou que vai seguir no trabalho de recuperação do time paulista em vez de colocar a cabeça a prêmio na seleção.

As outras alternativas são Mano Menezes, Muricy Ramalho, Vanderlei Luxemburgo e Leonardo, pela ordem de entrada no palco das especulações.

Todos são bons treinadores, com exceção de Leonardo, que é tão inexperiente quanto Dunga, só que melhor preparado intelectualmente e com perfil de excelente gerente, cargo que ocupou com sucesso no Milan.

Luxemburgo não tem sido bem sucedido e já teve a sua chance no comando da seleção, enquanto Muricy e Mano representam uma geração mais moderna, com vantagem do atual técnico do Corinthians sobre o do Fluminense porque é mais educado e, consequentemente, mais paciente com os carrapichos da imprensa.

Muricy mantém níveis de grossura próximos aos de Dunga e isso causou algumas dores de cabeça ao sumo sacerdote Ricardo Teixeira. Aguardemos, irmãos. A fumaça branca logo sairá da chaminé da CBF.

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