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Nem sempre os melhores técnicos foram convocados para a seleção brasileira.

Dos considerados injustiçados através dos tempos apenas Oswaldo Brandão teve uma oportunidade e bem curta. Elba de Pádua Lima, o Tim; Ênio Andrade e Rubens Minelli brilharam intensamente nos clubes pelos quais passaram e, mesmo com os títulos e a apresentação de estilo de jogo moderno, foram esnobados pelos cartolas da CBF.

Em compensação, Claudio Coutinho e Sebastião Lazaroni dirigiram o time nacional até em Copas do Mundo e voltaram derrotados. O capitão Coutinho lançou a frase “campeão moral”, pelo fato de o selecionado ter voltado invicto da Copa na Argentina, em 1978, mas em terceiro lugar.

Surpreendente foi a escolha de Vicente Feola, que era auxiliar do húngaro Bella Gutman no São Paulo. Mas como ganhou o primeiro título mundial na Suécia, quatro anos depois, adoentado, teve o privilégio de indicar Aymoré Moreira para a campanha do bi, no Chile. Ainda voltou para a derrocada de 1966, na Inglaterra.

Zagallo realizou excelente trabalho na conquista do tri, mas desgastou-se com os fracassos de 1998 e, sobretudo, de 2006, quando formou dupla com Parreira. Este foi tetracampeão mesmo sem ser unanimidade e Felipão funcionou bem na jornada do penta, mas ruiu nos fatídicos 7 a 1 da Alemanha, na Copa passada.

Dunga, crítico do sistema de jogo implantado por Telê Santana, levantou a taça como capitão do time vitorioso nos Estados Unidos, em 1994. Como treinador, entretanto, falhou nas duas tentativas.

Agora chegou a vez de Tite, fã de Telê e da geração que perdeu a Copa do Mundo de 1982.

Tite é praticamente consenso geral na atualidade. Estudioso da matéria, trabalhador e organizador, Tite desembarcou na CBF muito motivado.

Ele gosta de futebol bonito tendo citado na sua apresentação o quadrado Falcão, Cerezzo, Sócrates e Zico: “Quanta qualidade no meio campo, quanta luz”.

Ele gosta de futebol bonito sim, bem jogado, como vinha jogando o Corinthians campeão, mas em vez de firulas e preciosidades, prefere ver gols nas redes adversárias.

É um treinador obsessivo, capaz de ficar horas com um jogador ensaiando apenas sua colocação em campo. Detalhista, gosta de construir o conjunto de minúcia em minúcia. Não admite hesitações, muito menos desobediência. Entre a técnica e a raça, faz absoluta exigência das duas.

Tem consciência de que é muito mais fácil ensinar um jogador técnico a jogar com bravura do que transformar um perna de pau raçudo num virtuose.

A isso atribuo seu sucesso no Corinthians: uma equipe mediana com espírito coletivo de competição.

Tomara consiga algo parecido na seleção brasileira.

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