Enquanto o Coritiba continua em busca do entrosamento para voos mais ousados, o jogo quase adiado entre Paraná e Atlético terminou empatado e J. Malucelli e Londrina despontam na liderança do returno. Mas o que tem chamado a atenção é o fato de a atual diretoria do Atlético procurar a coisa certa trilhando caminhos errados. Que o Estadual já era, todos sabem, bastando para isso verificar a baixa média de público e o quase completo desinteresse pela maioria dos jogos.
Nem o clássico de ontem outrora louvado como herança do velho e bom CAP x CAF, histórica refrega entre Atlético e Ferroviário, que enchia tanto a Baixada quanto a Vila Capanema conseguiu mexer com o torcedor. Aliás, falou-se mais do péssimo estado do gramado do que do jogo.
Entendendo que o Estadual já era, os dirigentes atleticanos resolveram peitar a Federação e a tevê, usando o time sub-23. Não aceitaram a oferta da RPC para a transmissão das partidas e, de quebra, proibiram o resto da imprensa escrita, falada e televisionada de entrevistar os seus profissionais. A causa é nobre, mas a execução é equivocada.
Seria mais inteligente se o Atlético procurasse os grandes times de Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte para o retorno da Copa Sul-Minas tendo a tevê como parceira, pois ela é, em última análise, a grande patrocinadora do futebol.
A Rede Globo antecipa a verba para muitos clubes para que eles possam saldar compromissos vencidos e tem se caracterizado como a propulsora de todos, tanto que os maiores times são formados graças ao dinheiro recebido pelos direitos negociados e, obviamente, pela exposição das marcas dos anunciantes. Para comprovar a dependência dos clubes com a televisão, basta verificar o que ocorre com o Paraná que, fora do antigo Clube dos 13, perdeu espaço para negociar, caiu para a Série B e tem sofrido pela falta de recursos financeiros.
Jogar para a plateia e posar de valente para os torcedores mais ingênuos não esta levando o Atlético a lugar nenhum. O importante é descobrir o verdadeiro viés do negócio chamado futebol.
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