Há muitos anos havia uma propaganda na televisão em que um frentista de posto de gasolina alertava o motorista: “Olha o nível!”.

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Tratava-se de oferta para completar o óleo do motor do carro. Algo que os entendidos afirmam não ser correto. O nível do óleo não deve ser deixado nas mãos de curiosos e o lubrificante pede cuidados de especialistas para manter o rendimento do motor.

Pois bem, o nível aqui é outro.

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Quem sabe mais: Mario Sergio, Junior ou Carlos Alberto Torres?

A resposta não pode ser baseada apenas nos resultados que eles obtiveram como treinadores. Os três foram ótimos jogadores, ganharam algum destaque como técnicos e hoje em dia desfilam como comentaristas de futebol na televisão.

Caio Ribeiro, Casagrande, Neto e outros não flertaram com o comando de algum time, mas também são ex-jogadores que vendem o peixe na telinha.

Saber jogar muito bem nem sempre ajuda na transição da carreira de jogador para a de técnico. E muito menos para a de crítico.

Houve vários jogadores famosos que não vingaram como treinadores, por motivos que variavam desde a dificuldade em se comunicar com seus comandados aos problemas com os dirigentes que gostam de se meter na escalação dos times.

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Aparecendo na tevê eles esperam o convite de algum clube.

Antigamente o profissional para ingressar em uma equipe de rádio ou televisão era testado, avaliado e iniciava a carreira subindo degrau a degrau. Em jornal até que era mais fácil, pois o candidato não precisava falar bem ou ter boa apresentação pessoal. Bastava saber escrever.

Mário Moraes, Geraldo Bretas, Rui Porto, João Saldanha, Mauro Pinheiro, Gerson, Barbosa Filho, Milton Camargo, Loureiro Junior e tantos mais tornaram-se analistas famosos através das ondas médias e curtas das potentes emissoras paulistas e cariocas.

No plano local, Pedro Stenghel Guimarães, João Feder, Vinicius Coelho, Raul Mazza, Barros Junior, JB Faria, Marcus Aurélio de Castro, Osni Silveira, Borba Filho, Munir Calluf, Augusto Mafuz, Valmir Gomes fizeram história.

Os ex-craques Sicupira, Dionísio Filho e Capitão Hidalgo se deram bem na transposição do campo para as cabines radiofônicas nos estádios.

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Hoje em dia são raros os comentaristas com formação jornalística nas redes de televisão.

O melhor deles é Maurício Noriega, do canal SporTV. Mas ele divide espaço com ex-jogadores que entendem de futebol, porém sem o mesmo padrão intelectual e, sobretudo, intimidade com “A última flor do Lácio, inculta bela”, conforme o poeta Olavo Bilac.

Em um país em que maioria da população apresenta nível educacional baixo é preocupante observar o que se fala na televisão. Olha o nível!