Walter é um craque improvável. Pelo menos é a impressão de quem o vê pela primeira vez. De saída ele se apresenta acima do peso do que a maioria. Com a bola rolando o atacante vai conquistando a confiança e a simpatia dos torcedores. Um pouco pelo esforço que faz para acompanhar o ritmo do jogo e muito pelo talento individual que possui.
Domina a bola com estilo, mais acerta do que erra passes em um esporte sabidamente de muitos erros por ser praticado com os pés, revela visão periférica aguda para o próximo passo da jogada arquitetada e bate na bola com precisão quando pressente a possibilidade de marcar o gol.
Walter, ídolo do Atlético, é uma dessas figuras raras que de vez em quando surgem para enriquecer o folclore e a própria história do futebol.
Antigamente quando alguém desejava elogiar um atacante dizia que ele “comeu” a bola. O comentarista da emissora de rádio frisava que o empate no clássico teve “sabor” de derrota para determinada equipe. Que “frango” o goleiro engoliu !
Um tremendo “peru” !
Quase todo amante de futebol já usou essa terminologia na arquibancada ou diante da tevê. Como diria um critico gastronômico são essas expressões que dão “tempero” e “molho” especiais ao universo da bola. Enriquecendo a gíria do mais popular esporte do planeta, a inspiração vem da boa mesa.
A mais famosa metáfora culinária foi cunhada há mais de 40 anos pelo ex-técnico, jornalista e radialista João Saldanha: “Na zona do agrião”.
Foi a forma que encontrou para definir a grande área nos velhos e bons tempos em que o radinho de pilha era o mais ágil e eficiente meio de comunicação.
Quando entrava em campo o húngaro Puskas causava o mesmo efeito de Walter nestes dias de comunicação high-tech. Baixo e atarracado o mais famoso jogador da mitológica seleção húngara de 1954 - adiante muitas vezes campeão pelo Real Madrid ao lado de Di Stefano – provocava frisson nos estádios.
Quando a bola colava nos pés de Puskas o bicho pegava. Com passes precisos, dribles curtos e secos e um chute primoroso de esquerda, o gordinho era um terror para as defesas adversárias.
Coutinho, o famoso companheiro de Pelé nas geniais tabelinhas no auge do Santos, também lutava contra o peso.
Ademar surgiu como uma “Pantera” no ataque do Palmeiras nos tempos da Academia e encerrou a carreira no Coritiba por perder o duelo travado com a balança.
Diziam que Claudiomiro, do Internacional, passava fome para emagrecer e, com raiva, descontava no Grêmio.
Neto, do Corinthians, hoje comentarista, se intitulava boleiro e não atleta. Maradona e Ronaldo também suaram para provar que eram gorduchinhos, mas muito bons de bola.
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