Em primeiro lugar, é preciso deixar bem claro que há quatro países cuja vitória em Copa do Mundo jamais será surpresa. Sejam quais forem as circunstâncias. O Brasil, obviamente, está entre eles. Na verdade é o primeiro desse grupo, por ser o que mais títulos mundiais conquistou na história da competição. Os demais são Itália, Alemanha e Argentina.

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Uruguai, Inglaterra e França também foram campeões, mas estão em segundo plano.

O futebol uruguaio reflete o esvaziamento social e econômico do país, agravado pelo inevitável êxodo da juventude em busca de melhores oportunidades. Há muito tempo o Uruguai deixou de ser força e vive apenas das glórias do passado com a mística da "Celeste Olímpica".

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Inglaterra e França alternam bons e maus momentos, sendo que os ingleses deixaram de brilhar nos últimos Mundiais por causa do medo dos seus treinadores. Mesmo contando com jogadores de categoria, a seleção inglesa não abdicou da retranca e do velho chuveirinho nas tentativas de gol. Agora, sob o comando do italiano Fabio Capello, espera-se a Inglaterra mais criativa e em condições de bisar o título mundial.

Tecnicamente, a França fez por merecer o último título, mas foi infeliz na final com a Itália e teve aquela desgraça representada pela expulsão de Zidane, o homem de carregava a equipe nas costas. Aliás, até hoje – e com razão – os franceses lamentam a falta de sorte também com a geração de Pl­a­­tini, Tigana, Rochetaux e outros, eliminados pelos alemães em 1982 e em 1986.

A meu ver, as surpresas desta Copa na África do Sul podem ser a Espanha e a Holanda. A Espanha não será propriamente uma surpresa diante da exuberância técnica da atual equipe, que faturou o título europeu. É grande a expectativa dos sofridos torcedores espanhóis em torno da seleção recheada de craques.

A Holanda, sempre com uma equipe altamente qualificada, porém fria e sem vibração nos momentos decisivos, apresentará bons jogadores.

Mas os favoritos são mesmo os quatro bichos-papões que mais vezes estiveram em finais de Copas.

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Por mais que um deles esteja atravessando uma fase desfavorável, ninguém ficará de queixo caído se este país for campeão. Ou al­­guém achará um absurdo que a Alemanha conquiste mais um tí­­tu­­lo mundial, se já conquistou três?

Concordo que o futebol alemão está em baixa e com o seu principal jogador lesionado – Ballack –, mas não dá para perder de vista os aguerridos germânicos.

É a mesma situação da Itália que sempre corre por fora, com apresentações pífias no começo e, pouco a pouco, vai chegando, encostando e quando menos se espera, está na final de novo.

Há muito tempo a Argentina não contava com um grupo tão selecionado de bons jogadores como agora. O que pode atrapalhar é a intempestividade do técnico Maradona.

Dunga montou um time de competição, sem requintes e em condições de brigar pelo título.

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