Dentre as idiossincrasias que emperram a recuperação do futebol brasileira está a discussão se um clube deve ou não priorizar determinada competição.
Nem bem começou a temporada europeia e já vimos Messi e seus companheiros do Barcelona em três partidas oficiais – decidindo títulos de copas da Espanha e da Europa – antes mesmo de a bola rolar pelo campeonato espanhol. Ele, assim como todos os demais craques mais valorizados do planeta, estarão em campo duas vezes por semana, chova, faça sol ou caia neve cumprindo compromissos em diversas competições paralelas. Eles são muito bem pagos para jogar.
Aqui, ao contrário, dirigentes e treinadores, com o maroto respaldo de setores da crônica esportiva, ainda discutem se devem ou não poupar determinados atletas em torneios de menor expressão.
ENQUETE: a Copa do Brasil deve ser encarada como prioridade pelo Coritiba?
ENQUETE: o Atlético deve levar a sério a Copa Sul-Americana?
Ora, ora, para um futebol mal administrado, quebrado, com centenas de jogadores que jamais alcançariam a titularidade nos grandes times em décadas passadas, o caminho mais indicado é levar a sério todas as oportunidades. A partida oficial é o momento de os treinadores avaliarem as condições individuais dos jogadores e o potencial da equipe. Mexendo na escalação a toda hora, acaba acontecendo o desastre provocado recentemente no Internacional pelo uruguaio Aguirre e que se encaminha no São Paulo com o colombiano Osório. Rodízio só funciona em churrascaria.
O Atlético na Copa Sul-Americana e o Coritiba na Copa do Brasil antes da largada do returno do principal campeonato nacional.
Para um time desmoralizado após a disputa do Torneio da Morte no estadual e a eliminação em plena Arena da Baixada para um adversário de categoria inferior na Copa do Brasil, encerrar o turno a apenas três pontos do G-4 reflete o bom trabalho desenvolvido pelo comando técnico atleticano.
Milton Mendes recuperou a postura defensiva, recheou a meia-cancha com os garotos da base e só não ganhou mais jogos em casa pelo baixo rendimento do ataque. Walter tem tido atuações irregulares, Nikão caiu de rendimento, Cryzan revela insegurança e os demais são tecnicamente fracos.
A situação do Coritiba é dramática na zona de rebaixamento, mas não pode abdicar da oportunidade de eliminar o Grêmio na Copa do Brasil
A boa campanha para um time de porte médio em formação pode ser aditivada na Sul-Americana. E melhor ainda se a diretoria conseguir manter a base desse grupo para a próxima temporada.
A situação do Coritiba é dramática na zona de rebaixamento, mas não pode abdicar da oportunidade de eliminar o Grêmio na Copa do Brasil.
Ney Franco deve aproveitar todas as chances para recuperar o padrão do time que, mesmo na vitória sobre o Vasco, apresentou falhas no miolo de sua zaga e falta de imaginação no meio de campo.
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