Como única seleção a ter participado de todas as Copas e, sobretudo, por consagrar-se como a maior vencedora, ao contrário do que se possa imaginar, as Eliminatórias nunca foram fáceis.
Muito pelo contrário, raras vezes a seleção canarinho encontrou facilidades. Com o jornalista João Saldanha liderando a equipe sob o slogan as “feras do Saldanha”, o Brasil passeou na fase classificatória para a Copa de 1970: seis vitórias em seis jogos, 23 gols marcados e apenas dois sofridos.
Repórter na época, tive o privilégio de acompanhar de perto os shows proporcionados por Pelé, Gerson, Tostão, Rivelino, Jairzinho, Edu e tantos outros. Fiquei amigo do João, figura carismática que revolucionou o panorama sombrio daquela época com a seleção abalada pelo fracasso no mundial anterior e pela verdadeira palhaçada da CBD – hoje CBF e com os mesmos defeitos – que chegou a convocar quatro técnicos para comandar o time.
A comissão chamava-se COSENA, mas quem mandava mesmo era Oswaldo Brandão. Com resultados pífios o presidente João Havelange deu a tacada definitiva: convidou João Saldanha e abriu-se a janela do tri.
Eram outros tempos, os craques raramente iam jogar fora do país e defender o chamado escrete nacional era um orgulho. Hoje em dia tem jogador que dispensa a convocação, como aconteceu com o paranaense Rafinha, radicado há muitos anos no futebol alemão.
O Brasil só chegou a Suécia, em 1958, graças ao gol salvador de Didi em jogo duríssimo com o Peru no Maracanã: cobrou uma falta de “Folha Seca” classificando a seleção.
Para chegar ao tetra, em 1994, após a primeira derrota em Eliminatórias no altiplano boliviano, foi preciso chamar Romário que marcou os dois gols no triunfo sobre o Uruguai. Parreira e Zagallo resistiram até o desespero final para convocar o Baixinho, que virou senador da República para balançar o coreto dos cartolas com mais uma CPI do Futebol.
Antes da consagração do penta, em 2002, Felipão assumiu quando o futuro da seleção estava na bacia das almas penadas. Foi eliminada, inclusive, por Honduras numa Copa América.
Daqui a doze dias teremos a estreia oficial jogando com o Chile, atual campeão sul-americano, em Santiago.
Muitas pedras no caminho preocupam Dunga. Começa com a ausência de Neymar e a indefinição do padrão técnico da equipe que não consegue convencer. A missão de Dunga foi mais fácil na vez anterior, para a classificação no mundial da África do Sul, em 2010. A retranca funcionou com nove vitórias e sete empates. Na Copa, o goleiro Julio Cesar e o volante Felipe Melo estragaram tudo na derrota para a Holanda.
Mesmo sem o peso do passado, a seleção ainda mexe com os sentimentos do torcedor brasileiro.
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