Na mesma semana em que a diretoria da Chapecoense recusou o privilégio de disputar três campeonatos sem o risco de rebaixamento, a diretoria do Internacional recorreu ao tapetão da Justiça Desportiva para tentar evitar o descenso. São modos diferentes de encarar o futebol e a própria vida. Alguns, com dignidade e elevado espírito esportivo, aceitam os mais duros desafios e seguem em frente.

CARREGANDO :)

Outros, com inquietante pequenez, arriscam tudo para manter-se no topo.

Todo ano cai um dos chamados grandes do futebol brasileiro. No campeonato passado foi o Vasco, que conseguiu voltar à Série A; neste foi o Internacional que terá de corrigir o rumo para retornar o quanto antes a principal vitrine do futebol nacional.

Publicidade

O tradicional clube gaúcho cometeu imprudências que são fatais no mundo da bola.

Por exemplo, uma lição que deve ser evitada por todos os clubes: a troca insana de treinadores e a contratação desvairada de jogadores.

Pois o Internacional aplicou verdadeira receita para o fracasso até ser rebaixado na última rodada.

Foram contratados quatro técnicos com perfis completamente diferentes. Claro que eles mexeram e remexeram no elenco na busca do ponto de equilíbrio tático e técnico que acabou não aparecendo em nenhum momento da competição.

Argel escalou o time com quatro zagueiros, dois meias que se aproximavam de dois atacantes.

Publicidade

Falcão preferiu um atacante enfiado com cinco jogadores trabalhando a bola no meio de campo. Ele durou apenas cinco partidas no comando da equipe.

Roth misturou jogadores veteranos com jovens promessas, mas deu tudo errado. A limitação técnica dos mais experientes e o excesso de juventude representaram uma mistura explosiva.

Finalmente, já na fase do desespero, assumiu Lisca que manteve a estrutura tática adotada por Roth, mas mudou alguns posicionamentos e o time esboçou uma reação. Insuficiente, entretanto, para evitar o desastre anunciado.

O bem sucedido Atlético finalmente conseguiu manter o mesmo técnico durante o campeonato inteiro. Paulo Autuori equilibrou a experiência dos defensores com a juventude do meio para frente. Contasse com melhores opções ofensivas poderia ter conduzido o Furacão a patamar mais elevado na classificação.

O decepcionante Coritiba trocou três vezes o comando e por muito pouco não perdeu Paulo César Carpegiani para a próxima temporada.

Publicidade

Observa-se, nos subterrâneos, intensa disputa política pelo poder no departamento de futebol do Coxa. Não é de hoje que as instabilidades na direção atrapalham o rendimento da equipe no campo de jogo.

Pela forma como aconteceu, a perda da vaga na Copa Sul-Americana foi inexplicável.