Aí está Romário comemorando a conquista do milésimo gol e, como tem sido comum em sua longa carreira de futebolista, cercado de polêmicas.
Romário sempre foi extravagante em suas declarações, pouco modesto e, não raras vezes, criador de caso. Faz parte da sua personalidade, definida por muitos como forte e definida; por outras, como de simples sujeito mal-educado.
Não gostaria de entrar nesse tipo de discussão, mesmo porque sempre pautei minhas crônicas pelas avaliações e comentários no estrito limite do esporte, jamais entrando na vida pessoal de quem quer que seja. E não será diferente com Romário que, como pessoa, pouco me importa.
Dou muito valor a ele como jogador e, sobretudo, como craque fazedor de gols. Raros foram os craques que revelaram tamanho faro de gol, tanta facilidade no domínio da bola dentro da grande área, com arranques, dribles e finalizações sincronizados.
Virtuose para marcar gols.
Romário é da mesma estirpe de goleadores fenomenais como os brasileiros Friedenreich, Leônidas, Zizinho, Pirilo, Heleno, Jair, Ademir, Baltazar, Pelé, Evaristo, Valdo, Dida, Mazzola, Vavá, Coutinho, Pagão, Pepe, Delém, Paulinho Valentim, César, Toninho Guerreiro, Flávio, Tostão, Jairzinho, Alcindo, Dario, Roberto Dinamite, Zé Roberto, Zico, Serginho, Careca, Reinaldo, Túlio, Bebeto, Ronaldo e outros que estão chegando.
Romário é da mesma cepa de goleadores fantásticos como os argentinos Stabile, Moreno, Di Stefano, Sivori, Labruna, Artime, Kempes, Maradona, Valdano ou Batistuta; os uruguaios Schiaffino, Ghiggia, Hector Silva, Ruben Paz, Vitorino e Francescolli; os peruanos Cubillas, Perico Leon e Oblitas; os portugueses Eusébio, José Augusto, Coluna, Simões, Figo e Cristiano Ronaldo; os holandeses Cruyff, Resenbrink, Rep, Van Basten e Gullit; os ingleses Hurst e Lineker; os poloneses Lato e Boniek; os húngaros Puskas, Sandor, Czibor e Hidegkutti; o mexicano Hugo Sánchez; o espanhol Brutagueño; os alemães Fritz Walter, Müller, Seeler, Rummenigge, Mathäus, Voeller e Klismann; os italianos Schiavio, Meazza, Gigi Riva, Rivera, Paolo Rossi e Roberto Baggio ou os franceses Fontaine, Kopa, Platini, Rocheteau e Henry.
Personagens que se destacaram através dos tempos pelo temperamento, pela arte de jogar ou, simplesmente, porque foram verdadeiras máquinas de fazer gols.
Essa discussão se os mil gols de Romário fazem parte de uma contagem pessoal ou de estatísticas oficiais pouco importa. O que vale é que ele chegou a rede mais de 900 vezes, o que já seria um feito extraordinário, ou provavelmente mil vezes.
A meu juízo, o importante é homenagear Romário pela persistência de, aos 41 anos de idade, continuar correndo atrás da bola, embalado pela obstinada marca dos mil gols, feito que só o rei Pelé conseguiu no profissionalismo.
Salve o artilheiro Romário !
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