Filósofos, pensadores, debatedores de botequim e internautas usaram nos últimos tempos uma palavra nova: “pós-verdade”.

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Alguns acadêmicos chegaram a questionar se “pós-verdade” seria uma ou duas palavras. Pouco importa.

Ela foi eleita a palavra do ano pela Universidade de Oxford e inserida no seu famoso dicionário.

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Trata-se de adjetivo referente às circunstâncias nas quais os fatos objetivos têm menos importância do que crenças pessoais.

Ela caiu no gosto dessa brava gente bronzeada que tem contestado praticamente tudo nos últimos anos.

Diante da gravíssima crise econômica, política, ética e moral que se abate sobre o Brasil ela passou a ser uma palavra definidora do nosso tempo.

E começaram a surgir filhotes como “pós-política”, “pós-imprensa” e, como não poderia deixar de ser, “pós-futebol”.

A verdade e o futebol caminham juntos. Ou, pelo menos, deveriam caminhar juntos.

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A constrangedora situação do atual presidente da CBF, senhor Marco Polo del Nero, que não sai do país por receio de ser recolhido aos costumes tem intrigado o torcedor comum, já abatido pelos desagradáveis acontecimentos do dia-a-dia.

Mais do que a posição delicada do cartola mor do futebol brasileiro chama atenção a omissão dos presidentes das federações e, sobretudo, dos principais clubes que vivem esta situação anômala no mais absoluto silêncio.

Todos se apresentam como coniventes em um cenário surreal e, convenhamos, “pós-moderno”, adequado aos baixos padrões éticos e morais que dominam o ambiente político e administrativo do país.

A onda agora é empurrar goela abaixo do torcedor a contratação de jogadores veteranos famosos como se eles representassem, efetivamente, solução técnica para as equipes ou simplesmente atração para encher os estádios.

Nem uma coisa, nem outra.

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Os torcedores são apaixonados pelos seus times de coração, mas a maioria não é idiota de carteirinha. Antes, pelo contrário, a maioria pensa, age e reage conforme a lógica dos acontecimentos.

Ficam contrariados com factóides criados por cartolas inexperientes, ávidos para chamar sobre si os holofotes e, em alguns casos, alimentados pela mídia.

Ficam entristecidos com a contratação de jogadores que passam mais tempo na enfermaria do que dentro do campo suando a camisa para justificar os elevados salários que recebem.

Apenas esperam que os dirigentes não gastem dinheiro acima das possibilidades de seus clubes, não inviabilizem projetos razoáveis para fazer sucesso e que, em última análise, coloquem em campo times competitivos, formados com competência pelos treinadores e em condições de apresentarem bom futebol. Simples assim.