Aproximamo-nos do final do ano e o Campeonato Brasileiro ainda não terminou, pois os recursos de Vasco, Flamengo e Portuguesa ainda serão julgados em grau de recurso. Daí, sim, talvez se encerre a temporada esportiva mais tumultuada dos últimos tempos.

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Entre derrotas inesquecíveis como a do Atlético-MG no Mundial de Clubes e vitórias reabilitadoras como da seleção na Copa das Confederações, convivemos com a lamentável volta das decisões no tapetão e a extrema violência das torcidas organizadas. De positivo foi o surgimento do Bom Senso FC, movimento através do qual os jogadores ergueram uma bandeira para discutir em termos mais elevados a atividade futebolística no país dominado pela prepotência, arrogância e ignorância dos cartolas da CBF, das federações e de muitos clubes.

Aqui, o craque Alex liderando o elenco e desabafando após a partida que salvou o Coritiba do rebaixamento, enquadrou o presidente do clube que, furiosamente, havia atacado os atletas na iminência do desastre, afinal não concretizado para alívio da torcida coxa-branca. Em processo de reconciliação, Alex decidiu permanecer no time, com o aval do presidente, apostando em novos tempos com a contratação de Dado Cavalcanti, treinador que só fracassou no Paraná por causa das insolúveis dificuldades financeiras do clube.

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O Paraná teve tudo para voltar à Série A, porém caiu verticalmente de rendimento em campo quando outra vez o dinheiro começou a faltar no bolso dos profissionais. A diretoria foi reeleita e o desconhecido Milton Mendes contratado como treinador, mas resta saber se o drama da escassez de recursos vai continuar.

O Atlético encerra um ano atípico, bem sucedido com a vaga na Libertadores mesmo sem poder jogar na Arena – cuja obra para a Copa já reúne material para um livro de mil páginas – e acabou em Joinville com as cenas dantescas que assinalaram o bestial confronto entre as torcidas do Furacão e do Vasco. Ainda bem que a polícia agiu rapidamente e alguns dos baderneiros foram presos, exemplo que deveria ser seguido por todas as outras polícias estaduais. Esse negócio de dizer que os culpados são os bandidos que se infiltram nas organizadas não é bem assim, pois gente de bem entra no clima de paixão e agressividade, como aconteceu com o ex-vereador e ex-diretor de uma autarquia estadual, além de um soldado da aeronáutica. O tema é muito mais complexo do que se possa imaginar.

A conclusão no rescaldo de mais um ano turbulento é a de que precisamos evoluir. Evoluir em todos os sentidos, pois nos transformamos em uma sociedade estressada, belicosa e extremamente desconfiada. Tudo porque os maus exemplos vêm de cima para baixo, tanto que diversos políticos, alguns detentores de mandatos parlamentares, vão passar o Natal e o ano-novo cumprindo pena na prisão da Papuda.