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Na mesma rodada em que poderemos conhecer o novo campeão brasileiro, dois times paranaenses podem ser rebaixados.

Em um dos mais equilibrados campeonatos de todos os tempos, o Brasileiro pode apontar o Corinthians campeão, mas a decisão pode também ficar para a última rodada, elevando a temperatura e causando inveja a muitos campeonatos europeus que perdem a graça bem antes do encerramento.

Quanto aos nossos, o Coritiba é o único que se aproxima do final com equilíbrio e tranquilidade, pois tem vaga na Copa Sul-Ameri­­cana e ainda alimenta a esperança de ganhar o direito de disputar a Libertadores. Depende de vitórias nas duas rodadas e da combinação de resultados dos principais concorrentes.

Como o Coxa enfrentará dois times com campanhas pífias, Avaí e Atlético, tem tudo para continuar sonhando alto.

O Atlético vive momentos de tensão com a ameaça de rebaixamento, fruto de trabalho mal planejado e com uma equipe desequilibrada em todos os setores. Na verdade, além das dificuldades técnicas para harmonizar a defesa, o meio de campo e o ataque, o Furacão padece da falta de liderança dentro e fora de campo.

Observem que parece um time de mudos, até porque dois ou três não falam português, outros são muito jovens e os veteranos perderam o comando pela irregularidade técnica. O reflexo de tudo isso é a má campanha e o sufoco vivido pela torcida até o último instante.

O Paraná, que vai disputar uma tenebrosa e desprestigiada Segun­­dona estadual, tenta fugir de novo rebaixamento nacional. Mas basta um pontinho no jogo com o Bragantino para evitar o annus horribilis de sua curta existência.

Melara: 100 anos

O estimado Carlos Melara reunirá a família e os amigos, amanhã, para comemorar 100 anos de vida. Para quem não conhece a figura, saiba que se trata realmente de uma figuraça.

Ele exerceu várias atividades, começando como auxiliar da alfaiataria da família na rua XV de Novembro, sendo o criador do "Consórcio do Terno", vendido para autoridades, deputados, desembargadores e outros frequentadores do Senadinho e da Boca Maldita. Criativo e tremendo gozador, Melara alegrou os escritórios da Rede Ferroviária, na Rua João Negrão, onde trabalhou até se aposentar para dedicar-se exclusivamente ao cargo de secretário do TJD da Federação Paranaense de Futebol, onde atuou por mais de 50 anos.

Teve incursões pelo jornalismo escrevendo no antigo Paraná Es­­por­­tivo com o pseudônimo de Pes­­tana. Torcedor inveterado do Fer­­ro­viário, depois do Colorado e agora do Paraná, ele frequentou os jogos até pouco tempo, quando se afastou de Vila Capanema com a fra­­se definitiva: "Eu não tenho mais idade para ver o Paraná jogar".

Salve, amigo Melara!

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