De vez em quando conseguimos ouvir alguma declaração inteligente no futebol. É coisa rara, incluindo-se aí locutores, comentaristas, dirigentes, técnicos e, sobretudo, jogadores.
Mas Romário tem acertado em suas últimas manifestações, assim como Alex Mineiro saiu-se bem ao comunicar a preferência em continuar jogando pelo Atlético mesmo diante de forte assédio.
O que já foi muito, porque seus colegas não conseguem articular uma frase que não seja lugar-comum, um clichê, uma bobagem.
Infantilidades ditas por marmanjos. Os técnicos também. Há algum tempo não se extrai dos técnicos uma frase inteligente, espirituosa, curiosa, interessante.
Muitas vezes sinto saudades das sacadas rápidas, inteligentes e bem humoradas de gente como Flávio Costa, Solich, Oswaldo Brandão, Rubens Minelli, Tim, João Saldanha e, do sumo sacerdote da gozação futebolística, Gentil Cardoso.
Dentre os nossos, vale citar o professor Almir de Almeida, Hélio Alves, Geraldino, Borba Filho e o nosso Gentil Cardoso local, o impagável e inteligente Adão Plínio da Silva. Mas isso tem décadas.
Assisti na semana passada a uma boa entrevista de Rivelino na ESPN. O antigo craque foi preciso ao responder uma indagação que foi mais ou menos assim: Rivelino, você e os craques do passado jogariam tão bem hoje ? Ele devolveu com outra pergunta: Os craques de hoje jogariam tão bem no passado?
E explicou que naquele tempo, além da profusão de goleadores do calibre de Pelé, Tostão, Jairzinho, Toninho Guerreiro, César, Roberto Miranda, Dario, Zé Roberto, Flávio, Claudiomiro e outros, também existiam zagueiros da estirpe de Mauro, Djalma Dias, Ramos Delgado, Airton, Figueiroa, Ancheta, Luis Pereira, Marinho Perez, Oberdan, Piazza, Brito e, no plano internacional, Beckenbauer, Bobby Moore, Fachetti, Maldini, Roberto Perfumo e muitos mais.
Atualmente os beques de maior destaque são verdadeiros quebradores de bola como Puyol, Zambrotta, Materazzi e por aí afora.
Voltemos a inteligência, ou a falta dela, no futebol. Romário teve comportamento correto durante e após os dias que cercaram a marcação do seu milésimo gol. Ele amadureceu e mesmo sem muito estudo conseguiu mostrar o que possui de melhor. Cresceu no conceito geral e fez por merecer o aplauso e o reconhecimento da torcida brasileira.
Em menor escala, Alex Mineiro assumiu comportamento digno diante da encruzilhada que se apresentou a sua frente: deixar o Atlético para ganhar mais em outro lugar ou continuar no clube mesmo ganhando menos.
São atitudes que marcam e distinguem dos demais não apenas o atleta, mas a pessoa.
Além de craque que bate na bola sem fazer barulho, autor de jogadas geniais e artilheiro como poucos, Alex Mineiro mostrou a face da dignidade e do respeito a uma comunidade que sempre o apoiou. Hoje, com certeza, será um dia de festa na Arena da Baixada. Um dia de festa para Alex Mineiro.
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