Assistimos a partidas durante as quais Atlético e Coritiba tiveram jogadores expulsos, mas o comportamento coletivo foi diferente entre eles. Em Montevidéu, Válber foi expulso deixando o Atlético com um jogador a menos e perdendo por 1 a 0; em Jundiaí, Alberto foi expulso deixando o Coritiba com um jogador a menos e perdendo por 1 a 0.
O Furacão virou o placar em cima do Nacional e o Coxa foi batido pelo Paulista. A reação dos jogadores de cada equipe foi completamente diferente.
Enquanto os atleticanos se encheram de brio e atiraram-se para cima dos uruguaios, os coritibanos se encolheram e resignaram-se a ponto de permitir que o jogador do Paulista recebesse uma bola no meio-de-campo, passasse por todo o sistema defensivo e marcasse o segundo gol frente a frente com o goleiro Arthur.
Demonstração clara de que se no Furacão a motivação para jogar é grande, no Coxa parece que alguma coisa anda errada.
Claro que o ambiente tem sido conturbado, ora por protestos e cobranças da torcida, ora por crises políticas, mas, basicamente, o maior desafio do Coritiba é encontrar o ponto de equilíbrio tático-técnico da equipe.
Outro dia ouvi alguém falar que a tabela favorece ao Coritiba, pelo número de pontos em jogo até o final do campeonato. Sim, claro que favorece, pois 21 pontos ainda serão disputados e muita coisa pode mudar. Entretanto, o problema não tem sido a tabela, mas o time que não responde em campo as expectativas de dirigentes e torcedores.
Para reverter essas expectativas, o técnico Bonamigo e seus comandados terão de doar-se mais, entregar-se mais e, sobretudo, errar menos para que a equipe reencontre o futebol que chegou a apresentar em diversos momentos deste campeonato. O time coxa-branca precisa ir à luta.
Clássico psicológico
Depois da surpreendente derrota para o Flamengo, quando quebrou o encanto da nova Vila Capanema, o Paraná terá um clássico, digamos, psicológico.
Sim, porque foi derrotado duas vezes consecutivas pelo Atlético em jogos da Copa Sul-Americana, jamais venceu o rival na Arena e tem a necessidade de triunfar, agora, para manter a distância do Vasco na corrida por uma vaga na Taça Libertadores da América.
Claro que, tecnicamente, o time paranista reúne possibilidades de jogar pela conquista dos três pontos e, mais do que isso, impor a sua condição de detentor da quinta melhor campanha do campeonato.
O psicológico fica por conta do resultado final: fracasso, o risco de perder a rota da classificação; vitória, a recomposição de planos.
Resta saber como estará o Atlético para o clássico, já que vem enfrentando rigorosa seqüência de viagens exaustivas e jogos muito disputados.
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