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O Atlético está fechando 20 anos sob influência do seu maior dirigente de todos os tempos: Mario Celso Petraglia.

Jamais qualquer atleticano, vivo ou morto, imaginaria que um dia veria uma arena ser derrubada e outra construída no local do antigo e modestíssimo estádio Joaquim Américo. Alguns arranjos foram comemorados como a cobertura e as cadeiras do lado oposto da velha arquibancada, a iluminação e a reforma no final da gestão do presidente Farinhaki, com a inestimável ajuda do histórico líder político Ney Braga, atleticano roxo.

Petraglia virou o jogo. Liderou o grupo que passou o Parque Aquático para frente e construiu o CT do Caju. Colocou o “Farinhacão” abaixo e construiu duas arenas, a atual com requintes de exagero e sofisticação, com destaque ao teto retrátil.

Todo atleticano terá um preito eterno de agradecimento ao presidente.

Agora vamos para a parte triste do tango rubro-negro: a instabilidade no futebol.

Concentrador, Petraglia nunca gostou de sombras por perto. Fez questão de afastar-se dos mais bem intencionados colaboradores preferindo cercar-se de empregados bem remunerados que o bajulam sem pudor.

No futebol, porém, nenhum dirigente consegue fazer tudo sozinho e muito menos contando apenas com profissionais. Futebol é, sobretudo, alma. Daí, a influência direta de diretores de futebol amadores sobre a atuação dos profissionais. Sem isso, torna-se uma coisa impessoal e sem espírito de luta, ingredientes que diferenciaram o Coritiba do Atlético na maioria dos últimos clássicos. De um lado, coração; do outro, impessoalidade.

Isso o presidente Petraglia tem dificuldade de compreender.

Em qualquer tratamento psicanalítico as pessoas tendem a se sentir vítimas da incompreensão, da inveja e do cruel destino. Os outros são os culpados de todos os seus males.

Após algum tempo, percebem que os culpados não são os outros. São eles mesmos. Descobrem as suas imperfeições e as limitações de lidarem com as dificuldades nas relações humanas. Alguns não suportam a verdade e continuam cometendo os mesmos equívocos. Outros aceitam a sua fragilidade e melhoram.

Se os culpados pelos fracassos nesta temporada fossem Claudinei Oliveira, Doriva, Enderson Moreira ou Milton Mendes tudo ficaria mais fácil. É só mudar o treinador que a equipe continua jogando uma beleza. Mas se o elenco é mal formado, desequilibrado e com reduzidas opções, não há milagreiro que resolva.

Infelizmente para os atleticanos não é assim que as coisas funcionam. O momento exige profunda reflexão de todas as lideranças e uma tomada de posição radical para recuperar o prestígio técnico do Furacão.

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