O futebol paranaense tornou-se o reino da improvisação.
E o destaque na arte de organizar às pressas deu-se no episódio da escolha do estádio paranaense para a Copa do Mundo de 2014.
Foi um verdadeiro festival de invenções e contradições, com direito ao anúncio de projeto megalômano para o Pinheirão em curiosa parceria entre a Federação, o Coritiba e o Paraná. Tudo com a simpatia do governo estadual, até que se deu um choque de realidade entre os políticos, na opção pelo caminho mais fácil para viabilizar Curitiba como uma das sedes do Mundial: a conclusão da Arena da Baixada.
Mesmo assim, por mais que o Atlético tenha se esforçado na elaboração de detalhado projeto para o término de seu estádio, observa-se completo desentrosamento entre o governo estadual e a CBF que, por sua vez, exige a cobertura oficial na garantia no sucesso do megaevento.
Houve improvisação por parte da Secretaria de Esportes no envio de representante na última reunião promovida pela CBF, sendo que Curitiba já figura em segundo plano dentre as cidades escolhidas. Terá de ser realizado trabalho mais eficiente e com maior poder de convencimento para que a capital paranaense não fique fora da Copa de 2014.
Dentro de campo a improvisação segue para todos os gostos, não só pelo entra-e-sai de jogadores como, principalmente, pela intensa troca de treinadores nos três principais clubes.
O Coritiba, depois de algumas experiências mal-sucedidas com técnicos inexpressivos, parece ter acertado o pé com René Simões e navega em águas mais serenas na sua obstinada campanha de volta à Primeira Divisão.
O Atlético, cuja atual diretoria sempre fez questão de frisar seus feitos com destaque ao planejamento do clube, está dando um show de improvisação. Observa-se autêntico desfile de jogadores, com as mais variadas características, mas bem longe de atender às necessidades básicas do time, que, de vencedor e quase imbatível na Arena da Baixada, transformou-se em perdedor contumaz.
Se a troca de técnicos poderia ser interpretada com naturalidade diante das circunstâncias, ficou sem explicação a dispensa do supervisor Oscar Yamato depois de apenas dois meses de trabalho. Muitos gostariam de saber quem é que planeja o planejamento do futebol profissional do Atlético.
O Paraná é o símbolo da improvisação, pois com parcos recursos financeiros por conta da discriminação sofrida na divisão das verbas da televisão, viu-se obrigado a promover parcerias com investidores que montam e desmontam os times ao final de cada campeonato.
Mas o mercado interno anda cada vez mais escasso e as coisas foram afunilando para o Paraná, que tem encontrado dificuldades para promover a reposição de peças necessária.
Sem esquecer, é claro, de que o time sofre as conseqüências da quarta troca de treinador em apenas oito meses.
carneironeto@gazetadopovo.com.br
Deixe sua opinião