Primeiro os dirigentes vêm a público e reclamam da baixa aderência do torcedor como associado; depois que o quadro social aumenta, reclamam da grave crise econômica que inibe o investimento das empresas no futebol; mais adiante reclamam da verba destinada pela televisão e do alto custo para a manutenção de times competitivos.

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Mas não se unem para mudar o conceito e a gestão do futebol brasileiro, estabelecendo um calendário racional com menor número de partidas por temporada. Como se submetem aos desígnios da CBF obrigam-se a disputar torneios deficitários, como os campeonatos estaduais e a Copa Sul-Americana, por exemplo.

Mesmo com o atual baixo nível técnico dos times que participam da Série A, a dupla Atletiba não consegue alcançar índices satisfatórios. O Coritiba enfrenta o fantasma do rebaixamento desde a primeira rodada e só agora, no inicio do returno, esta conseguindo emitir sinais de recuperação. Mas pelo menos o técnico Ney Franco tem um bom motivo para poupar alguns titulares no jogo com o Grêmio pela Copa do Brasil.

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Derrotado em casa e com reduzidas possibilidades de reverter o quadro, o próprio torcedor coxa-branca apóia a prioridade, por absoluta necessidade, que se dá ao Campeonato Brasileiro.

OPINIÃO: Ney Franco recuperou moralmente o time

Ao contrário, o Atlético não tem nenhum motivo para promover experiências com jogadores medíocres no principal torneio. Pela categoria técnica dos adversários no momento, o Furacão mostrou condições de almejar o ingresso no G-4. Não fossem os últimos quatro pontos perdidos na Arena da Baixada, nos jogos com Sport e Santos, ele estaria entre os melhores colocados.

OPINIÃO: o elenco do Atlético é de médio para fraco

Surpreendentemente, em vez de continuar lutando pela vaga a diretoria parece ter orientado a comissão-técnica a apostar todas as fichas na Copa Sul-Americana. Além do claro desrespeito ao torcedor que se tornando sócio espera, no mínimo, que a equipe encare todas as competições a sério, vincula-se a dúvida desse time reunir condições de chegar ao título do torneio continental.

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O cego Tirésias, que avisou a Julio Cesar sobre as desgraças que atingiriam o imperador romano nos idos de março, não deve frequentar os sonhos dourados de Milton Mendes.

O reconhecimento de todos pelo eficiente trabalho por ele desenvolvido na recuperação tática e técnica do combalido time atleticano, corre o risco de evaporar-se na medida em que as atuações voltarem a ser insatisfatórias e os resultados negativos se acumularem.

Milton Mendes deve ter em mente que os dirigentes do futebol brasileiro são um punhado de Pôncio Pilatos contemporâneos. Lavam as mãos com relativa facilidade e seguem em frente. Sempre no poder.