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Apesar de os homens que comandam a dupla Atletiba terem anunciado, em janeiro, que este seria o ano da recuperação técnica dos donos das maiores torcidas, quem se saiu bem foi o Paraná: campeão estadual e com bela campanha no Brasileiro.

O Atlético pagou preço elevado pelo laboratório em seu comando técnico, primeiro com Matthäus, contratação de marketing, porém arriscada na prática; depois, com Givanildo, desgastado com a crise Dagoberto e sem carisma para dirigir o Furacão.

Só com a chegada do experiente Vadão foi que o clube passou a contar, efetivamente, com um técnico e, graças a isso, fugiu do rebaixamento e obteve brilho relativo na Copa Sul-Americana. O time foi improvisado do começo ao fim, sendo que os episódios Dagoberto e, em menor escala, Pedro Oldoni assinalaram um ano terrível.

Mal planejado em sua formação, o time tornou-se irregular, com alas chegando no fim da temporada, sem jogadores de meia-cancha de bom nível técnico e contando com a inspiração cíclica individual dos atacantes para chegar ao gol, o clube passou o ano sem ganhar nenhum título.

O Coritiba também pagou alto preço pelos equívocos cometidos na escolha dos treinadores e na composição do elenco. A contratação de cinco avantes, sem que nenhum deles conseguisse se aproximar, minimamente, do potencial técnico revelado pelo jovem Keirrisson, diz bem do descontrole registrado em seu departamento de futebol.

Para agravar os problemas do time, que não foram poucos ao longo desta temporada, alimentou-se a crise política surgida na reeleição da atual diretoria.

Cobrado de forma implacável por setores da torcida, conselheiros e ex-presidentes, o presidente coxa-branca passou por maus momentos no Alto da Glória.

Como conseqüência, o Coxa também fracassou em todas as competições que tomou parte, com destaque a forma lamentável como deixou escapar a oportunidade de voltar à elite do futebol brasileiro.

Dirigentes de Atlético e Coritiba deveriam ter um pouco de humildade no indispensável reconhecimento das falhas cometidas neste ano de insucessos, antes da formulação de promessas ao fiéis torcedores.

Em nenhum momento as torcidas, alviverde e rubro-negra, sonegaram apoio, sempre confiando na superação, mesmo reconhecendo a limitação técnica de seus times.

Riram e choraram na Arena e do Alto da Glória na esperança de uma surpresa agradável. E, lamentavelmente, a surpresa não veio, nem para um, nem para outro.

Como estamos a menos de sessenta dias da abertura do Paranaense, seria recomendável que os responsáveis pela organização técnica de Coritiba e Atlético fizessem uma boa reflexão no sentido de dotar as duas equipes de melhores condições para o próximo ano.

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