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Mesmo sendo fiel freguês de caderno quan­­­­do atua na Are­­na da Baixada, o São Paulo transformou-se em objeto de ira da torcida atleticana desde que maquinou nos bastidores a retirada do Furacão de sua casa nas finais da Taça Libertado­­res de 2005.

Por isso e muito mais a partida desta noite está carregada de rivalidade.A belíssima atuação frente ao Santos reabilitou o time atleticano e convenceu os torcedores de que as coisas podem melhorar. Claro que ainda há longo caminho a ser percorrido, mas o técnico Carpegiani tem procurado selecionar os jogadores mais qualificados dentro do vasto elenco colocado à sua disposição.

Alguns estrearam e convenceram, muitos ganharam novas oportunidades e não agradaram, outros se firmaram, porém no conjunto a equipe encorpou-se e reúne condições de reeditar aquela boa apresentação diante de Robinho, Neymar e outros.

O São Paulo é o adversário que nunca conseguiu vencer na Arena da Baixada e vem abalado pela derrota para o Interna­­cional, com o fim do ciclo de Ricardo Gomes e provavelmente de alguns jogadores no Mo­­rumbi.

Tudo indica que teremos uma partida de elevado nível técnico, afinal é o mínimo que se pode esperar do futebol brasileiro depois da decepcionante performance de quase todas as seleções na Copa do Mundo da África do Sul.

Quando se vê uma Holanda distribuindo pontapés por todos os lados – lembrando o União Bandeirante da época em que Pescuma e Geraldo Roncatto impunham as regras na grande área –, correndo mais do que a bola e dividindo de maneira grosseira, rompendo com a sua tradição de talento e toques sutis, é tempo de ligar o sinal vermelho e tentar resgatar o brilho do futebol como expressão de arte.

O futebol brasileiro também enfrenta grave problema representado pela infame tática das faltas. E não apenas esta prática. A simulação de faltas deveria ser coibida, mas a comissão de arbitragem da CBF tem sido omissa. Deveria existir um item na resolução distribuída aos árbitros que dissesse isso: coibir a prática, em qualquer caso, de faltas desleais ou violentas, ainda que ponham apenas em risco o adversário – mesmo sem atingi-lo.

A menção do "sem atingi-lo" seria bastante sutil. Quer dizer, não precisa quebrar a perna do adversário para que a violência seja caracterizada, a deslealdade ou o antijogo. Basta a intenção maldosa que coloca em risco a integridade física do rival. A síntese disso tudo é o perigoso carrinho.

Com o São Paulo e o Atlético tentando se encontrar como conjunto, adquirindo entrosamento para o restante da temporada, esperamos grande jogo logo mais.

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