O anúncio de Júnior de que deixará o comando técnico do Coritiba ao final do campeonato foi, no mínimo, curioso.
Ora, se desde segunda-feira ele havia comunicado a diretoria a intenção de não renovar o contrato, a esta altura já deveria ter sido afastado, pois o principal combustível em qualquer modalidade esportiva é a motivação.
Por mais correto e por mais profissional que seja, e Júnior o é, parece evidente que ele perdeu o entusiasmo de continuar trabalhando no Coritiba.
A diretoria deveria ter sido mais ágil e, sobretudo, mais enérgica, afastando-o e colocando um substituto até que fosse contratado o técnico para a próxima temporada.
Quanto às razões apresentadas pelo afastamento, Júnior mostrou-se triste com as críticas que recebeu de setores da mídia e com as vaias da torcida. Ocorre que tudo isso faz parte do dia-a-dia do futebol desde, é claro, que o profissional conte com o apoio e o respaldo dos dirigentes, o que parece não ter acontecido neste episódio.
Júnior é apenas mais um profissional dedicado e competente que sucumbe aos rótulos pregados naqueles que atuam no futebol brasileiro hoje em dia.
Em geral, rótulos depreciativos, como esse de chamar o técnico de "burro" por desagradar a torcida em uma escalação ou substituição durante o jogo.
Se bem que, em certos casos, a sabedoria popular acerta na mosca.
Furacão sarado
Tudo o que podia ser feito para ajudar o Atlético a fugir do rebaixamento aconteceu nas últimas partidas. Como o time evoluiu tática e tecnicamente sob o comando de Geninho e conseguiu recuperar boa parte do condicionamento físico com o trabalho de Moracy SantAna, aumentou a confiança para a partida decisiva de amanhã, frente ao Vitória.
Interessante foi que, na medida em que a equipe melhorou e começou a ganhar jogos outra vez, esvaziou-se o departamento médico. Tanto que, pela primeira vez, Geninho terá o elenco inteiro à disposição.
A torcida continua mobilizada para apoiar o Furacão e acredita na vitória, apesar de respeitar o melhor momento vivido pelo adversário.
Paraná confiante
Já passou da hora de o Paraná realizar uma boa apresentação na Vila Capanema e afastar, definitivamente, todos os riscos de cair de divisão.
De todas as experiências feitas neste ano, a melhor foi mesmo com o técnico Comelli. Após um início difícil, ele conseguiu harmonizar o ritmo da equipe e soube aproveitar na dose certa os jovens mesclados a alguns jogadores mais experientes.
O time tricolor está com a cara de Comelli, e isso é bom, já que se revelou um técnico perspicaz e que sabe extrair o máximo de um grupo que vinha sofrendo todo tipo de cobrança e desmoralização.
O triunfo sobre a Ponte Preta representará a pedra de toque para livrar-se do sufoco.