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O pior tipo de dirigente é aquele que esquece a fi­­nalidade do cargo.

Em vez de proporcionar alegria ao torcedor, o cartola desvirtua a sua atividade, deixando de lado o dia a dia do futebol, passando a se dedicar aos ótimos negócios proporcionados por ele. Quem perde são os clubes e, no caso, a seleção brasileira.

Há algum tempo o presidente Ricardo Teixeira vem demonstrando estar mais interessado na política e na organização da Copa do que na recuperação da equipe nacional, tanto que se envolveu na última eleição do Clube dos 13, apoiando um candidato e colaborando para o esvaziamento do grupo.

Para aumentar o nosso grau de preocupação verificamos o baixo nível das arbitragens dos últimos Campeonatos Brasileiros, agravado nesta temporada por uma enxurrada de reclamações que culminaram na deplorável agressão sofrida pelo trio do jogo em que o Corinthians perdeu para o Amé­rica-MG.

No desembarque no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o trio de arbitragem foi cercado por alguns torcedores corintianos que, de forma covarde, partiram para o ataque físico.

Como defesa, a CBF diz que o setor passa por transformações, mas os juízes e bandeirinhas não precisavam ser tão ruins. Outro argumento é o de que assistimos ao mais equilibrado Campeonato Brasileiro de todos os tempos. Sim, é verdade, muito equilibrado, mas em nome de uma técnica inferior com diversas partidas beirando à mediocridade.

Sinceramente, prefiro assistir a um campeonato onde existem dois ou três reais candidatos ao título, como ocorre nos principais torneios europeus, do que ver esse autêntico pau de sebo em que se transformou o nosso maior certame. Dá mais prazer ver o jogo bem jogado, com verdadeiros craques em ação, do que uma disputa na qual é difícil prever o vencedor pela indigência técnica dos jogadores no campo.

Mas o que tem deixado todo mundo triste é o atual estágio da seleção que, de equipe mais forte, mais vitoriosa e mais badalada do planeta, transformou-se em uma seleção abandonada, que se apresentou em típico campo de pelada de várzea, em Libreville, no Gabão, frente a um adversário fraquíssimo.

Pelo passado glorioso, pelo que representa como símbolo esportivo do país e pela responsabilidade assumida perante o povo brasileiro com a realização da Copa, a seleção faz por merecer mais respeito por parte da cúpula da CBF.

Chegando ao seu 19.º jogo como técnico da seleção, Mano Menezes ainda não conseguiu definir um time e muito menos dar-lhe padrão de jogo. A expectativa em torno do aproveitamento de Kaká, há anos lesionado e sem ritmo, indica que o treinador anda desesperado atrás de uma solução para o meio de campo. Ganso está voltando, é verdade, mas ainda falta muito para a seleção voltar a ser respeitada pelos seus torcedores e temida pelos adversários.

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