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Que o Peru não é exatamente uma força do futebol mundial todo mundo sabe, mas o Brasil não deveria ter encontrado tantas dificuldades para arrancar aquele empate magrinho, ontem, em Lima.

Para começo de conversa, Dunga não deveria ter escalado o time com um jogador a menos, já que Ronaldinho – machucado – poupou-se o tempo inteiro e sequer foi substituído. Se formos um pouco mais exigentes, podemos afirmar que a seleção brasileira jogou com dois jogadores a menos, pois Vagner Love foi figura decorativa.

Graças a uma jogada isolada de grande categoria de Kaká, a seleção chegou ao gol e foi só. Depois, só uma tentativa de Luís Fabiano, que deveria ter substituído Vagner Love no intervalo para não queimá-lo de vez, e outra de Juan na cabeçada que acertou a trave antes do apito final. Juan, a propósito, foi o melhor jogador de um time que passou o tempo todo se defendendo, errando passes e tentando resolver as coisas individualmente.

Observou-se, nitidamente, que não houve entendimento entre os jogadores com os três setores bem separados e sem comunicação: a defesa, o meio-campo e o ataque. Ataque é bondade nossa, tendo em vista a péssima performance de Robinho e Vagner Love. A seleção continua sem um meia armador e isso vai se tornando um problema crônico que pode inibir os sonhos de conquista.

Faltou concepção coletiva à equipe brasileira, reforçando a tese de que o técnico pode ser qualquer um, tendo em vista que quem resolve mesmo é o craque. Como os craques rarearam, Dunga vai esquentar a cabeça.

Desencanto

A torcida coxa-branca ficou confusa depois da sexta feira negra no Alto da Glória. Confusa porque na alegria do retorno do time à Primeira Divisão criou-se o clima de já ganhou e a festa para comemorar o título foi preparada nos mínimos detalhes.

Até mesmo a diretoria descuidou-se, permitindo que entrasse mais gente no estádio do que a sua capacidade oficial, o que deveria merecer a atenção das autoridades, pois os enfrentamentos de centenas de torcedores com a polícia foram até pequenos diante do que poderia ter acontecido, não fosse a boa índole da grande maioria que se manteve calma mesmo desolada com o resultado frustrante.

O Coritiba possui uma torcida espetacular, a exemplo dos demais times de massa do país, que tem sido obrigada a incentivar uma equipe tecnicamente fraca e que nem sempre responde aos seus sonhos.

No jogo com o Marília a torcida foi vítima de mais uma das emboscadas desse time. Como aconteceu naquelas vitórias magras, com o gol saindo apenas nos instantes finais, o desempenho ficou abaixo da expectativa gerada pela euforia da classificação.

O desencanto com a derrota inesperada foi intenso, mas a esperança da conquista do título continua.

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