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A Copa do Mundo, como as copas continentais e as copas entre clubes, mostraram que o futebol an­­da cada vez mais padronizado.

Os times e as seleções jogam de forma muito parecidas, os jogos parecem que são todos iguais. Ou melhor, quase todos.

É claro que, dentro da mesmice geral, pode haver jogos bons, até muito bons, dependendo da capacidade dos jogadores em campo e da categoria das equipes. Sim, ainda existem equipes e seleções me­­lhores do que as outras. As diferenças de estilo entre as escolas – sul-americana, europe­­ia, africana e asiática – é que encurtaram.

A maioria das apresentações da Alemanha, da Holanda e da Es­­pa­­nha foi boa na última Copa, tornando-se exemplar dessa tendência, já que o restante mostrou pa­­drão de jogo defensivo, engessado e nervoso que, lamentavelmente, vem caracterizando o futebol ultimamente.

Na maior parte das partidas na África do Sul, disputada entre duas escolas outrora distintas e até hoje rivais – era impossível distinguir uma da outra, a europeia da sul-americana.

Trocadas as camisas, tudo poderia continuar da mesma forma, sem que ninguém percebesse diferença de estilo.

Por cúmulo da ironia, naquele jogo em que o Brasil perdeu para a Holanda, foram os holandeses que se aproximaram mais da filosofia latina, tocando a bola de primeira, procurando o drible e, sobretudo, catimbando até o ponto de irritar o tosco volante Felipe Melo que foi justamente expulso do gramado.

A eliminação brasileira acabou representando um serviço prestado pelos holandeses ao resgate do nosso futebol, pois se tivesse continuado e, eventualmente, conquistado o hexacampeonato, Dunga e seus pupilos retornariam triunfantes e com o surrado discurso de que o futebol arte acabou.

Tanto não acabou que a Espa­­nha foi campeã, destacando-se pe­­la fineza no trato da bola, privilegiando a técnica em vez da força física. Com a derrota da seleção, a CBF animou-se a tentar resgatar o verdadeiro futebol brasileiro, pe­­dindo ao técnico Mano Menezes que convocasse os melhores e os colocasse em campo a vontade.

A primeira amostragem foi mui­­to positiva, com a seleção colocando a bola no chão, de pé em pé, estilo típico do nosso antigo futebol sob a batuta do jovem maestro Ganso.

Será bom que continuem vencendo e que os técnicos do país te­­nham um pingo de sensibilidade e percepção para notar que até os europeus procuram tornar o seu jogo um pouquinho mais sofisticado e vistoso. A Alemanha, a Ho­­lan­­da e a Espa­­nha são exemplos.

Até mesmo as seleções africanas pagaram caro por terem traído suas características e praticado um futebol cada vez mais estratégico em vez de leve, solto e moleque co­­mo era.

Ninguém aguenta mais a apologia do futebol primordialmente tático em detrimento do talento e da criatividade, no qual os treinadores insistem em ser mais importantes do que os jogadores.

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