Ao ler a notícia da contratação de Pep Guardiola, que trocou o Bayern Munique pelo Manchester City, deu para perceber os sinais de pobreza que diminuíram a capacidade técnica do futebol brasileiro.
O treinador abriu mão do principal clube alemão aceitando o desafio de tornar o novo endereço como o mais importante da década.
Comprado, há oito anos, pela família real de Abu Dhabi, o eterno coadjuvante Manchester City, que vivia a sombra do coirmão vitorioso Manchester United, virou protagonista no cenário europeu e mundial.
O xeque Mansour Bin Zayed Bin Sultan Al Nahyan assinou contrato com Guardiola, assegurando salário mensal de R$ 9 milhões. Sim, é isso mesmo: nove pacotes por mês.
Diante dos números expressivos e da mudança do espanhol, o Manchester City atrai todos os holofotes da mídia. E vem mais por aí, pois o clube inglês promete investir pesado na contratação do argentino Lionel Messi, a maior estrela do Barcelona e da constelação futebolística do planeta.
Enquanto o Brasil registrou crescimento econômico, com o PIB – Produto Interno Bruto – em patamares celebrados pela economia mundial, que apontavam o nosso país como a maior promessa dos chamados BRICS, o futebol manteve-se em nível compatível.
Com o brusco enfraquecimento da economia interna, por conta dos desmandos do governo e da aparentemente incontrolável crise política, turbinada pelas investigações da operação Lava Jato que botou na cadeia dezenas de políticos e administradores públicos corruptos, verificou-se o declínio técnico dos times nacionais.
Nem mesmo o poderoso Corinthians, atual campeão, conseguiu segurar os melhores jogadores e sofreu verdadeiro desmanche neste início de temporada.
A revoada foi grande e o padrão mostrado na recente Copa São Paulo de Juniores esteve longe de indicar o surgimento de uma safra promissora. Antes, pelo contrário, foram visíveis as carências técnicas individuais e as deficiências de preparação na base da maioria das equipes.
O torcedor terá de consolar-se com as poucas promessas que surgiram e os muitos veteranos que ganharam espaço nos principais clubes.
Voltando ao escândalo que arrasou a –Petrobras (a maior empresa do país) – impressiona o gasto pessoal dos indiciados.
A impressão que passa é de que se trata de uma porção de “pé de chinelo” que se deslumbrou com o poder e saiu gastando dinheiro público em carrões, iates, apartamentos, sítios, viagens e outros sonhos de consumo.
Sinal de que caviar Beluga e champanhe Bolliger não são para qualquer um. Exige certo traquejo, bom gosto e, principalmente, algumas horas de voo com o dinheiro ganho honestamente.
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