Tão grave quanto o erro cometido pelo árbitro Carlos Eugênio Simon ao anular o gol de Obina foi a brutal agressão sofrida pelos mediadores de uma partida do futebol amador de nossa cidade.
Todos sabem que o futebol é um esporte apaixonante e que até guerra entre países já provocou, porém, ultimamente, a situação está ficando fora de controle no Brasil.
E agrava-se quando um homem com a estatura moral e intelectual de Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do Palmeiras, perde a compostura chamando o juiz de ladrão e afirmando que se o encontrasse partiria para a agressão física.
Claro que se entende a paixão desenfreada dos torcedores, e os dirigentes nada mais são que torcedores com mais responsabilidades, entretanto, é muito perigoso quando uma personalidade como o professor Belluzzo incita a violência.
Se uma pessoa preparada como ele assume esse tipo de comportamento, o que esperar daquele pobre coitado que só encontra no futebol a válvula de escape para as suas frustrações pessoais?
Da mesma forma não me parece oportuna a declaração do dirigente João Carlos Vialle de que o Coritiba está preocupado com possíveis prejuízos das arbitragens nas rodadas finais. Isso pode influir no rendimento dos jogadores. Primeiro, porque passarão a se preocupar mais com o árbitro do que com o jogo; segundo, porque já receberam a senha que poderá justificar qualquer tipo de fracasso técnico, depositando a culpa na conta da arbitragem.
Compreendo as preocupações e até mesmo os protestos, mesmo porque a sequência de más arbitragens vem estragando o Campeonato Brasileiro.
Entretanto, da mesma forma que os maus apitadores devem ser punidos, os dirigentes precisam ter moderação, senão a torcida ensandecida ficará motivada a malhar árbitros e bandeirinhas como se malha o judas de pano. O que, aliás, aconteceu sábado, tragicamente, no campo do Boqueirão.
Fator campo
Pelo desempenho da dupla Atletiba, está claro que o fator campo é a principal arma para evitar o rebaixamento.
Com baixo aproveitamento técnico nas partidas fora, Atlético e Coritiba terão de conquistar os pontos que faltam nas partidas em casa.
O Coritiba teve comportamento sofrível diante do Botafogo, evidenciando a falta de capacidade criativa da meia-cancha e, sobretudo, a dificuldade de atacar pela direita. Com excessivo número de jogadores canhoteiros, o time parece que joga torto, adernado para o lado esquerdo. E, é claro, totalmente dependente da inspiração de Marcelinho Paraíba que, domingo, esteve abaixo da crítica.
O Atlético conseguiu algumas apresentações convincentes, como no Parque Antarctica, Pacaembu e Beira-Rio, e pode surpreender no Maracanã se jogar com a mesma garra do jogo com o Goiás.
Uma vitória sobre o Fluminense acabará com o drama da dupla Atletiba.
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