Na mitologia grega, Tântalo ousou desafiar os deuses e foi condenado a padecer de sede e fome. Ao aproximar-se das águas, elas se afastavam; ao aproximar-se dos frutos nas árvores, os ramos encolhiam-se, ficando inalcançáveis.
O suplício de Tântalo tornou-se o drama daquele que deseja ardentemente uma coisa que parece próxima e, no entanto, continua distante. Qualquer semelhança com o drama atleticano não é mera coincidência.
Após o surpreendente resultado sobre o Cruzeiro, ele ficou muito próximo de nova vitória contra o Vasco, mas o triunfo lhe escapou nos instantes finais, para desencanto da fervorosa torcida rubro-negra.
Só que no futebol tudo tem explicação: o Atlético deixou de vencer o jogo simplesmente porque os seus atacantes desperdiçaram oportunidades incríveis para a marcação dos gols que o fariam registrar uma goleada histórica sobre o Vasco, em São Januário.
Pois que os jogadores tratem de aprimorar os fundamentos, jogar com a mesma garra e vencer o Sport, amanhã, na Arena. Poupem a torcida de mais sofrimento.
Eu voltei
Foi espetacular a festa organizada pelo Corinthians para comemorar o retorno à Primeira Divisão. Um clube com aquelas dimensões não podia mesmo continuar na série inferior do futebol brasileiro e o torcedor corintiano emocionou-se ao som da maravilhosa e eterna música de Roberto Carlos.
Hoje, mais aliviado, o Corinthians recebe o Paraná, que também se sente mais seguro após a vitória em Barueri. Pena que o nosso representante não possa festejar a volta, mas ganhou injeção de ânimo para tentar na próxima temporada.
Coxa na linha
O anticlímax tornou-se inevitável no Alto da Glória depois de o Cori-tiba ter passado o campeonato inteiro alimentando o sonho de conquistar uma vaga na Libertadores, para coroar a festa do centenário.
Como o rendimento do time foi insuficiente, perdeu a vaga, baixou a rotação e, com o anúncio do adeus do artilheiro Keirrison, ficou difícil para o técnico Júnior manter a equipe na linha.
Keirrison vive a mesma síndrome de tantos outros jogadores que foram negociados e continuaram defendendo o antigo clube.
É uma questão psicológica e não adianta insistir: o jogador fica emocionalmente dividido entre o presente e o futuro. Com toda razão, passa a projetar o futuro, pois a carreira de jogador é curta, assinalada por contusões e desafios permanentes.
Por pouco o Coxa não enroscou no Galo mineiro, porém, mesmo com a vitória, Júnior soltou os grilos para fora, prenunciando que pode considerar alguns convites que tem recebido para mudar de ares.
Por enquanto, entretanto, o Coritiba precisa se concentrar na partida com o Ipatinga, já que o projeto de disputar a Copa Sul-Americana continua na pauta e não pode haver descuido.
carneironeto@gazetadopovo.com.br
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