Se no passado dizia-se que o técnico existia apenas para manter a disciplina porque os craques resolviam dentro de campo, ultimamente os técnicos recuperaram o prestígio e estão em alta.
Foi-se o tempo em que Vicente Feola podia dar uma cochilada enquanto a seleção jogava ou em que Lula comandou o Santos durante mais de dez anos enquanto Pelé e sua corte dizimavam os adversários.
Acontece que a figura do treinador sempre foi importante, devendo ser destacados aqueles profissionais que de alguma forma ajudaram a revolucionar ou a modernizar o futebol brasileiro.
De Dori Kruschner ao tricampeão Muricy Ramalho cada um deu a sua contribuição. O húngaro Kruschner foi o precursor do sistema tático que evoluiu do WM ao ser contratado pelo Flamengo na década de 30. Ele foi professor de Flávio Costa, um inovador tanto quanto Zezé Moreira ou o uruguaio Ondino Vieira, o paraguaio Fleitas Solich e o húngaro Bela Gutman .
Depois surgiram 0swaldo Brandão, o argentino Filpo Nuñes, Martin Francisco, Tim, João Saldanha, Rubens Minelli, Zagallo, Telê Santana, Enio Andrade, Parreira, Luxemburgo e Felipão, que se destacaram em clubes e na seleção.
Diversos deles puderam contar com bons jogadores e até mesmo grandes craques reunidos em uma mesma equipe. Ultimamente, entretanto, os craques rarearam e os bons jogadores foram embora do país. Restaram os técnicos com a responsabilidade de fazer por onde e muitos deles acertaram, com destaque a Muricy que se beneficiou da estrutura do São Paulo e criou uma nova concepção no futebol brasileiro: a da manutenção dos técnicos mesmo sem a conquista de títulos.
Diversos clubes renovaram os contratos dos técnicos baseados na experiência do São Paulo que se apresenta como o único clube blindado das fofocas, intrigas e intimidações de torcedores. Os demais ainda necessitam percorrer longo caminho.
De nada adianta investir nos profissionais da comissão-técnica e na contratação de reforços se a diretoria não estiver preparada para suportar as criticas da mídia e a pressão das arquibancadas enquanto não aparecem os resultados favoráveis. Muitos dirigentes não resistem, cedem e acabam fazendo reuniõzinhas com chefes de torcidas organizadas como sinal de fraqueza. O reflexo é notado no rendimento dentro de campo com o time caindo ainda mais de produção. Técnicos e atletas precisam sentir-se prestigiados e fortalecidos.
Os técnicos passaram a ser fundamentais para os times na medida em que desapareceram aqueles jogadores que resolviam dentro de campo. Sem craques, aumentou a importância do trabalho diário, do esquema de jogo e, sobretudo, da mentalização do elenco para jogar no limite na busca da superação.Com conhecimento e liderança, os técnicos supervalorizaram-se e passaram a ser as principais estrelas do atual futebol brasileiro.
carneironeto@gazetadopovo.com.br
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