De vez em quando os cartolas ressurgem, invariavelmente provocando polêmicas, como aconteceu com o dono do Atlético (sic) Mário Celso Petraglia, que, em meio a nova campanha ruim do time, fez declarações bombásticas.
Não vou entrar no mérito da questão de ele ter afirmado que é o dono do Atlético e muito menos do desejo da troca de nome. No primeiro caso, como aconteceu com Onaireves Moura na Federação, com Eurico Miranda no Vasco ou com Ricardo Teixeira na CBF, por exemplo, trata-se de engenharia estatutária manipulada por cartolas com ânsia de poder; no segundo caso, do jeito que o Atlético está se esvaziando a preocupação não deveria ser com o nome mas, isto sim, com a recuperação técnica da equipe e, conseqüentemente, com o resgate da torcida que não é falaciosa. Muito pelo contrário, a torcida sempre foi o sustentáculo do clube através dos tempos, pois sem ela o Atlético já teria desaparecido.
Acontece que na execução do processo de exclusão de ex-presidentes e dirigentes que ajudaram o clube por amor, muitos com conhecimento de futebol que não vão mais aos jogos, o torcedor comum passou a ser tratado como consumidor. Ou seja, em vez dos grandes times e das grandes conquistas para arrastar a multidão, o Atlético passou a ser pragmático como qualquer empresa que apresenta o balanço com lucro.
E o seu apaixonado torcedor começou a receber mensagens de que deveria adquirir os ingressos mais caros, os pacotes anuais, tornar-se sócio com direito a voto, etc. Muitos atenderam ao apelo, outros, por falta de recursos ou simples desmotivação, não.
Com o torcedor transformado em consumidor, ele passou a raciocinar como tal: se o produto é ruim ele não compra. Daí o fracasso da campanha para novos sócios e a queda vertiginosa de público na Arena da Baixada.
Bebedeiras na Copa
Ricardo Teixeira, presidente da CBF, declarou que as bebedeiras e as madrugadas fora da concentração durante a Copa da Alemanha contribuíram para a má campanha da seleção.
Ele culpou o comando da delegação, o técnico Parreira, o supervisor Zagallo e, sobretudo, alguns jogadores com destaque a Ronaldo que, pelo jeito, nunca mais voltará a ser chamado. Ricardo Teixeira foi no mínimo omisso, já que se encontrava na Alemanha, freqüentando a concentração e deveria ter tomados providências no ato, não se manifestar um ano depois.
Os jogadores preferiram o silêncio, como de resto os membros da comissão técnica.
Ainda em Zurique, onde entregou o Caderno de Encargos da Copa, ele declarou que vai mandar o time principal para a Olimpíada de Pequim. A busca da medalha de ouro será para valer e todas as estrelas estarão presentes, tais como Kaká, Ronaldinho e Robinho.