Os dirigentes dos nossos clubes devem compreender que, apesar do reconhecimento e o profundo respeito pelas obras realizadas no Atlético, o que o torcedor quer mesmo é time competitivo.
Claro que os atleticanos se sentem orgulhosos e agradecidos ao presidente eterno Mario Celso Petraglia, do mesmo jeito que os paranistas lamentam o esfacelamento patrimonial do clube e os coritibanos sonham com a modernização do Alto da Glória ou a edificação de nova praça.
Mas o que mexe com o povo e arrasta as multidões são os craques, os ídolos e o cheiro de título no ar.
O que a dupla Atletiba e o Paraná necessitam é acertar a mão no departamento de futebol. Só mesmo com a formação de times fortes, que lutem para maior projeção no cenário nacional e não apenas a manutenção de posições em suas respectivas séries.
O maior exemplo vem da dupla Grenal.
Os gaúchos construíram estádios modernos e continuam mantendo elencos de alto nível. Por isso, são donos de admiráveis quadros sociais.
Vale a iniciativa do investimento na bola e a perspectiva aberta aos olhos do torcedor, que se torna associado.
Se vão ganhar o título ou não, é outro problema. O torcedor sabe que por melhor que seja o trabalho realizado os resultados no campo estão vinculados aos sortilégios do jogo de futebol.
Doutor Julio
Quem parte, leva algumas saudades e deixa outras. O doutor Julio Gomel deixou centenas de órfãos que não sabem o que fazer para recuperar os sentidos de sua generosidade.
O sucesso de um médico se mede por tantas variáveis que cada um avalia segundo seus próprios critérios. Mas em relação ao estimado Julio Gomel parece haver uma incontestável unanimidade.
Bem humorado, prestativo, daqueles médicos de sair de madrugada para atender um paciente, humanitário e esportista, o fraterno Julinho partiu como uma das figuras mais queridas da cidade.
Cuidou das crianças desamparadas do Lar O Bom Caminho com o mesmo carinho que dedicou à família, a profissão e aos amigos.
Apaixonado pelo Atlético, dividiu um pouco do amor futebolístico com o Fluminense na época da residência nos hospitais do Rio de Janeiro.
Tive o privilégio da sua amizade desde a antiga Baixada, passando pelo Clube do Golfinho onde realizou esplêndido trabalho para a natação paranaense na piscina do Centro Israelita do Paraná ao lado de outro gigante, o inesquecível coxa-branca Berek Kriger, até chegar ao apogeu com o jantar das Estrelas, que realizava todo ano no Clube Curitibano para arrecadar fundos para o lar.
E o doutor Julio disse adeus exatamente num domingo de Atlético e Fluminense, na Arena da Baixada.
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