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Após a destruição de vagões do metrô, quebra-quebra nas ruas, agressões, tiros e, tristemente, uma morte o governo de São Paulo determinou torcida única nos clássicos do futebol.

A medida irá vigorar até o fim do ano atendendo a um pedido conjunto do Ministério Público e da Secretaria de Segurança Pública do estado.

Sempre que vejo pela televisão os incidentes entre as chamadas torcidas organizadas nos dias de grandes jogos fico com a sensação de ter voltado para os tempos de Gêngis Khan.

A ignorância prevalece sobre tudo e não há cidade com policiamento suficiente para evitar os estragos causados por essa gente.

Ainda está viva a lembrança do impressionante assassinato ocorrido há dois anos no estádio do Arruda, no Recife, depois de uma partida entre Santa Cruz e Paraná pela Série B do Campeonato Brasileiro.

O jogo havia acabado e a torcida local já tinha saído quando o pequeno contingente de torcedores paranistas se encaminhava para o ônibus. Alguém jogou do anel superior das arquibancadas dois vasos sanitários. Um vaso atingiu um torcedor do Sport Recife que morreu.

O vândalo que atirou o vaso sanitário contra desconhecido premeditou o ato. Não sei se o assassino foi condenado ou mesmo identificado.

Inconformados com o rebaixamento do Coritiba dezenas de torcedores destruíram o próprio estádio e o clube foi punido pelo STJD.

Porque um grupo de torcedores confrontou-se com elementos das organizadas do Vasco, em Joinville, onde foi jogar porque cumpria pena por violência da sua torcida organizada, o Atlético recebeu dura pena do mesmo tribunal esportivo.

Um ex-presidente dos Fanáticos vai a júri popular pela morte de um torcedor do Paraná.

As duas últimas décadas foram marcadas pelo crescimento da agressividade entre torcedores profissionais, com aumento de confrontos e centenas de mortos e feridos.

As autoridades policiais e judiciais tentaram conter essa escalada de violência, conseguindo pequenos avanços, mas ainda insuficientes para extirpar ou ao menos diminuir a intensidade dos conflitos.

Não faz sentido que o Estado, praticamente falido pelos desmandos dos governantes, gaste dinheiro e efetivo policial para escoltar torcidas até os estádios, a fim de tentar impedir confrontos.

Na prática, torna-se um privilégio em favor da própria fonte de violência. Isso tudo degrada o ambiente do futebol e afasta o torcedor de bem.

Para solucionar o problema seria necessário adotar medidas firmes com a condenação dos envolvidos.

Prender, fichar e soltar não resolve.

Do jeito que está, só mesmo com torcida única para tentar diminuir a tensão nos dias de clássico.

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